Respeito não se exige, se conquista. É provado pelas atitudes, não pela frase introdutória de que “com todo respeito, mas…”.
Respeito não é uma mercadoria de balcão. Trata-se de um sentimento enraizado, único, por um semelhante – mesmo que a semelhança seja identificar o outro como humano também.
Alguém pode ser respeitável em sua área de conhecimentos. Pode ser respeitável pelo modo com que lida com as pessoas ao teu redor. Existem infinitas áreas onde se pode respeitar alguém, mas quando falamos de relações estritamente pessoais, o respeito está em como A lida com B.
A forma mais rudimentar de manter uma relação entre duas pessoas é não passar de certos limites da convivência. Os limites estão no outro, não em ti, mas todos andam sob o piso da dignidade da pessoa humana. Respeitar alguém é entender como essa pessoa funciona e o que lhe é caro. Se algo é caro para alguém, o respeito está em criar limites, de modo a preservar o outro do desgosto de ter seus limites ultrapassados.
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Respeito é algo individual, não coletivo. Se for coletivo, não é falta de respeito, é preconceito. E preconceitos são saídas fáceis para quem não quer enxergar, por medo ou por indiferença.
Considerados esses pontos, podemos respeitar alguém pelo que é, em um formato mais íntimo de análise, pelo que faz, em uma visão mais pragmática, e pelo que vemos, algo que se explica pelas nossas emoções, sendo intangível e personalíssima.
Quando se fala em atos, o respeito reflete o que uma pessoa já fez por ti ou por outros. Quantas vezes uma pessoa te ajudou em momentos críticos, sem pedir nada em troca? Quantas vezes sacrificou algo para buscar o bem-estar de outro, incondicionalmente? Isso configura um nível mais restrito, nem sempre correspondido, de bem-querer.
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Não existem réguas para medir pessoas únicas. Claro que mesmo essas podem errar, inclusive contigo, mas tu respeitas o jeito que tiverem de ser; seus pensamentos e suas ações. Quando se rompe o teto do respeito, o desrespeitado entende que não existe valor nessa relação, apenas uma submissão imposta. E são raros, e doentes, os que aceitam a submissão como normal.
Desrespeitar é oprimir. Ter preconceito é desrespeitar a humanidade de uma pessoa, que, com seus valores, atos, atitudes e erros, é tua semelhante porque humana. As pessoas superficiais escoram seus braços curtos e suas pernas fracas em preconceitos. Esse humilde texto pretende servir como reflexão não somente em 20 de novembro, mas em todos os feriados que homenageiam gente que lutou para vivermos com mais liberdade, igualdade e humanidade.
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