2024. Mais um ano eleitoral em nossas vidas. A exemplo dos anteriores, renovam-se as expectativas positivas de muitos cidadãos, todavia entremeadas pelo pessimismo e pela resignação de outros tantos brasileiros. E razões não faltam.
Negativamente, são rotineiros os desvios de conduta no exercício do poder. E a corrupção, por consequência. São pragas sociais, sem distinção de classe e nível social, de atuação econômica e funcional. Sistemática e infelizmente, nossa nação aparece na lista mundial dos países com maior índice de corrupção. E a categoria-líder nacional, disparada em primeiro lugar, são os políticos, alvos expostos e preferenciais do tiroteio popular.
Porém, esclareça-se que não se trata de um problema de exclusividade do setor público. Na mesma proporção ocorre também no setor privado. Aliás, relacionados aos índices de corrupção, há pesquisas e estudos que comprovam o aumento nos custos médios dos produtos e serviços. Em alguns casos, fator de perda de competitividade nas relações comerciais.
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Trata-se de uma patologia que exige um tratamento sistêmico, cujos pressupostos essenciais são, basicamente, a educação do povo, a transparência dos atos da gestão pública, a desconcentração das estruturas de poder e a quebra de monopólios públicos e privados. E, principalmente, tocantes aos indiciados, uma eficaz ação e julgamento judicial, com repercussões punitivas.
Entre uma e outra frustração, ainda assim a população renova suas expectativas. Em sua maioria, reconhece que sua incorporação social e econômica passa pela ação do Estado. E por isso, especialmente, faz sentido que aguarde bons exemplos e atitudes dos governantes.
João Carlos de Almeida (1943–2024)
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O “Patrão Celestial” recrutou meu amigo e colega Almeida, exemplar professor, líder sindical (Cpers), advogado e tradicionalista, companheiro partidário e parceiro de longas tertúlias político-filosóficas que animavam nossas almas inquietas e renovavam nossos ideais humanitários.
Em sua homenagem e em respeito às sementes que plantou por onde andou e com quem andou, repito uma inspirada frase do humanista Erasmo de Roterdã (1466–1536):
“Uma necessidade, ainda que demore, não é menos necessária, ao contrário: só os ideais que não se consumaram ou não estejam comprometidos porque não se realizaram, seguem tendo efeito em cada nova geração como um elemento de impulso moral.”
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