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Rendimento de estudantes sofre influências do ambiente escolar

A busca pela qualidade de vida e conforto é uma preocupação crescente na sociedade que influencia a arquitetura dos ambientes. Áreas corporativas, escolas, universidades, locais de trabalho nas mais diversas especialidades e residências são alvo dessas alterações por, justamente, serem lugares em que as pessoas passam muitas horas. Better Space for learning (melhores espaços para aprendizagem, em tradução livre) é um relatório criado pelo Royal Institute British Architects que aponta: ambientes bem projetados aumentam a produtividade dos alunos em mais de 10%. O motivo para os ambientes causarem efeitos nas pessoas, a arquiteta e profissional em neuroarquitetura, Priscilla Bencke, explica: “somos influenciados por tudo ao nosso redor, percebemos e passamos essa informação ao cérebro o que gera emoção, sentimento e comportamento”

Segundo a especialista, esse impacto pode acontecer de maneira inconsciente e os profissionais, tanto pedagogos quanto arquitetos, devem usar todos os recursos para tornar o ambiente mais agradável, principalmente se esses espaços são reservados para atividades que exigem concentração ou que a pessoa ficar por longos períodos. Para alcançar determinados objetivos, Priscilla aconselha: “os alunos necessitam manter foco no professor, prestar atenção durante um longo período de tempo por isso o ambiente não pode ter muitas distrações, visuais ou acústicas.” A profissional argumenta ainda que é necessário o ambiente ser visto como uma ferramenta para melhorar a forma como as pessoas estão aprendendo e como os professores estão ensinando nas escolas e universidades. “Então, se a gente observar a história dos layouts das escolas, observamos que mudou a tecnologia, mudaram as necessidades das pessoas, mudou a forma de aprender”, afirma a neuroarquiteta.

Priscilla faz uma comparação entre o layout antiquado das escolas com a nova geração de alunos. A arquitetura tradicional tem dificuldade de explorar o potencial dos alunos que prezam por maior liberdade e flexibilidade. “Às vezes, ao alterar o layout, mudando a disposição das mesas e cadeiras, nós conseguimos tornar os alunos mais participativos, com mais voz nas aulas”, assegura a profissional.  O primeiro passo para que a neuroarquitetura seja eficiente é entender qual é o objetivo que a escola quer alcançar já que dependendo do propósito a aplicação, dos elementos visuais principalmente, pode variar. Dentre as preocupações que o ambiente escolar deve ter a especialista enumera: primeiro, a iluminação natural; segundo, a dinâmica na disposição de mesas e cadeiras; terceiro, a valorização da psicologia das cores, e quarto, a preocupação com interferências e ruídos externos, entre outros.

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A profissional faz uma comparação entre o ambiente corporativo e o ambiente escolar, ambos focando no maior bem-estar dos envolvidos. “Cada vez mais está se buscando ambientes aconchegantes, que lembrem uma casa. Por isso, estamos vendo muita presença de sofás, de poltronas, de vegetação e outros elementos que até uns anos atrás não eram frequentes em ambientes escolares e nem mesmo em empresas. Mas, hoje, por essa busca pela qualidade de vida, está se aplicando esse formato de ambientes com carinha de residência”, destaca Priscilla Bencke. Ela argumenta também que ajuda muito na motivação, tanto de alunos quanto dos professores, é dar a eles a autonomia de participar da definição da estrutura física do lugar.

Sobre ambientes universitários, a especialista em neuroarquitetura observa uma maior criatividade nos ambientes acadêmicos. “Então cada vez mais esses ambientes não são somente salas de aula. Ora são academias, ora um café legal, ora um espaço para estudo, ora um co-working. Então, estamos vendo uma explosão de outros tipos de atividades que é superbacana, pois mantêm as pessoas dentro do campus se envolvendo, se engajando com a própria universidade”, completa Priscilla.

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