Os medicamentos psiquiátricos, mesmo com toda a evolução da ciência, ainda enfrentam um grande obstáculo: o preconceito. Como normalmente acontece, o preconceito advém da falta de conhecimento e da generalização de experiências negativas individuais com as medicações utilizadas no tratamento de transtornos mentais.
Todo medicamento tem efeitos colaterais. Todos. Até mesmo os fitoterápicos ou naturais. Os medicamentos utilizados na psiquiatria têm estudos comprovando sua eficácia e segurança, com indicações bastante estabelecidas e conhecimento acerca de seus paraefeitos.
Nem sempre efeitos colaterais são sinônimo de efeitos negativos ou nocivos para a saúde da pessoa. Ao contrário do que o senso comum possa acreditar, muitas vezes esses efeitos colaterais não são de todo ruins e são levados em consideração na hora de indicar uma determinada medicação.
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Um exemplo bastante comum é o efeito das medicações psiquiátricas no sono. Muitos medicamentos podem ocasionar sonolência ou insônia. Se a pessoa têm insônia, o efeito colateral de sonolência pode ser benéfico se utilizado à noite. Porém, este mesmo paraefeito é deletério se o medicamento for utilizado pela manhã. Assim como um medicamento que causa insônia deve ser evitado usar ao dormir.
Poderíamos afirmar que os medicamentos psiquiátricos são como ferramentas. E como toda ferramenta, dependendo da habilidade do profissional que a utiliza e em que situação indicamos seu uso, teremos resultados muito diferentes. Não adianta querer arrancar prego com serrote, nem aparafusar com machado. Assim funciona com a medicação.
Os medicamentos mais utilizados na psiquiatria são os antidepressivos, estabilizadores de humor, antipsicóticos, psicoestimulantes, ansiolíticos e hipnóticos. Mas fazemos muito uso de medicações clínicas como os anticonvulsivantes, anti-hipertensivos e hormônios. É bastante comum termos que fazer uso de combinações de medicamentos para obter o efeito desejado, que sempre deve ser a remissão completa dos transtornos mentais e eliminação de todos os sintomas residuais no caso de melhora.
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Essa combinação de ferramentas medicamentosas também requer um conhecimento bastante refinado, pois há medicamentos que se anulam, fazendo a pessoa gastar dinheiro sem necessidade, ou que se potencializam, aumentado o risco de efeitos adversos. Aliás, as potencializações são bastante interessantes, pois podem trazer uma economia financeira aos pacientes e reduzir a ocorrência de efeitos colaterais indesejados.
Medicamentos psiquiátricos não são para loucos. Loucura é ter preconceito. Os remédios auxiliam na recuperação das doenças mentais e melhoram muito a qualidade de vida. Eles não são nem bons nem maus. São ferramentas que, se bem utilizadas, salvam vidas.
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