Na coluna anterior, relatamos que o primeiro conto do bilhete em Santa Cruz foi aplicado em 2 de junho de 1949. Três meses depois, os vigaristas tentaram repetir o golpe, mas acabaram na cadeia.
Em 8 de setembro de 1949, a Gazeta noticiou que o comerciante Armando Waldemar Heinze, de Candelária, caminhava pela Rua Marechal Floriano quando um desconhecido perguntou-lhe onde havia uma agência lotérica. Explicou que estava de passagem pela cidade e havia recebido um bilhete premiado em um negócio.
O comerciante respondeu que não sabia, pois não era daqui. Nesse momento, outro homem (golpista 2) entrou na conversa e se ofereceu para conferir o bilhete na lotérica. Enquanto isso, Armando ficou conversando com o “dono do bilhete” e revelou que havia retirado 70 mil cruzeiros em uma indústria e que o dinheiro estava guardado no Hotel Rancho Grande (atual Hotel Americano).
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O golpista 2 voltou e confirmou que o bilhete estava premiado com Cr$ 1,5 milhão (hoje cerca de R$ 3,3 milhões), o que dava 150 mil cruzeiros por fração (cerca de R$ 330 mil). O dinheiro, no entanto, só poderia ser liberado no dia seguinte. O golpista alegou que precisava viajar e propôs vender parte do bilhete aos dois.
Entusiasmado em “ganhar um bom dinheiro”, Heinze decidiu comprar uma fração do bilhete. Os três foram até o Rancho Grande, mas o hoteleiro Elíbio Iser desconfiou e advertiu o hóspede de que poderia ser um golpe. Preocupados com a interferência, eles combinaram com o candelariense de se encontrar na manhã seguinte, na Praça da Bandeira. Iser, no entanto, relatou sua dúvida ao chefe da Guarda Noturna, Mathias Guedes, que comunicou o caso à polícia.
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Pela manhã, o delegado João Henrique Mariante e mais cinco auxiliares se espalharam pela praça. Logo chegaram os malandros (depois identificados como José Gomes e João Pinto da Fonseca). Quando Heinze entregou um pacote com Cr$ 20 mil aos vigaristas em troca do bilhete, os policiais deram voz de prisão à dupla. Gomes, no entanto, botou o bilhete na boca e o engoliu.
Continua
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