Polícia

Relembre cinco casos policiais que tiveram grande repercussão em Santa Cruz e região

Gazeta do Sul preparou um suplemento especial que traz as principais notícias que marcaram o ano de 2022. Relembre cinco casos policiais que tiveram grande repercussão em Santa Cruz e região:

Megaoperação Armageddon

Historicamente, a Delegacia de Polícia de Vera Cruz é reconhecida como a responsável por deflagrar as principais ofensivas contra o tráfico de drogas no Vale do Rio Pardo. Lideranças de facção, como Chapolin, Cássio Alves, Gordo Jô e Toquinho, foram presos ou indiciados por estes agentes, nas históricas operações Cúpula e Revanche, ambas em 2019.

No entanto, o ano de 2022 reservou mais um enfoque para a DP de Vera Cruz. Pela primeira vez na região, uma investigação responsabilizou criminalmente líderes de duas facções criminosas rivais – Os Manos e Bala na Cara – na chamada megaoperação Armageddon, em 11 de fevereiro.

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Foram nove prisões e 21 pessoas indiciadas por crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada. Um homem conhecido como Toquinho, de 43 anos, que é um dos líderes da facção Os Manos, e outro, apelidado de Guidão, de 34 anos, chefe da facção Bala na Cara em Candelária e Cachoeira do Sul, foram dois dos principais criminosos indiciados.

O inquérito, de 1.010 páginas, divididas em três volumes, foi finalizado em 11 de março e remetido ao Poder Judiciário pelo delegado Paulo César Schirrmann, então responsável pela DP de Vera Cruz. Estão previstas para fevereiro as primeiras audiências de instrução referentes à operação.

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Júri do Caso Francine

“Declaro condenado o réu Jair Menezes Rosa.” Foi com essa frase, às 19h23 de 18 de novembro deste ano, que a juíza Márcia Inês Doebber Wrasse encerrou um dos capítulos mais tristes da história recente de Santa Cruz do Sul. O réu de 62 anos foi julgado em sessão do Tribunal do Júri pelo estupro e assassinato de Francine Rocha Ribeiro, 24 anos, ocorrido em 12 de agosto de 2018, no Lago Dourado.

Ele foi condenado a 45 anos pelos crimes de estupro e homicídio quintuplamente qualificado. As qualificadoras, que ampliaram a pena, foram feminicídio (o fato de a vítima ser mulher), meio cruel (pela multiplicidade de hematomas), uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima (ela ter sido amarrada), asfixia (modo como foi morta) e ocultação da prática de outro crime (o réu tentou ocultar o estupro).

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Jair, que negou os crimes em seu depoimento, foi levado ainda durante a tarde, por volta das 14h40, ao Presídio Estadual de Candelária, onde irá cumprir sua pena, pois alegou que estava passando mal. Três dias após o julgamento, o advogado Mateus Porto entrou com recurso de apelação no Tribunal de Justiça de Porto Alegre pleiteando a anulação do júri, devido à dosimetria da pena, classificada como muito alta pelo defensor, e em razão do resultado do julgamento, que, na visão do advogado, teria sido contrário às provas dos autos. O recurso será analisado no ano que vem.

Listas de Candelária

O caso revelado pela Gazeta do Sul das listas publicadas em grupos de aplicativos de mensagens, que causaram constrangimentos entre moradores de Candelária, repercutiu nacionalmente. As relações, com dezenas de nomes, começaram a ser compartilhadas na metade de abril. Surgiram listagens de “chatos”, “velhacos”, “cornos”, pessoas tidas como supostas usuárias de drogas e “pegadores de travecos”.

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Nesta última, um homem, que seria um dos principais divulgadores, foi descoberto pelo empresário Márcio Aurélio Bataioli, este que foi alvo de uma das listagens. Após um pedido de desculpas, o caso não foi levado adiante. Após a investigação da Polícia Civil, as listas pararam de ser propagadas.

Caso Renatinho

O caso policial que marcou o final de ano em Santa Cruz do Sul gerou repercussão em todo o País. No dia 2 de dezembro, Rejane Maus, 58 anos, foi presa em flagrante pela Brigada Militar após desferir ofensas racistas contra o garçom Renato dos Santos, o Renatinho, no dia do seu aniversário de 35 anos, dentro do Santomé Bar e Restaurante, localizado na Rua Marechal Floriano, Centro. O fato foi registrado em vídeos de câmeras de segurança e clientes do estabelecimento. Em uma entrevista emocionante à Gazeta, Renatinho afirmou que a mulher feriu sua alma com as ofensas.

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A acusada foi solta no dia seguinte à prisão e aguarda o desdobramento do processo. A Polícia Civil indiciou Rejane Maus por injúria racial três vezes e ameaça – além do garçom, outras duas pessoas teriam sofrido injúrias da mulher no dia. O Ministério Público ofereceu denúncia e requereu indenização às vítimas. O caso agora está na mesa do juiz Assis Leandro Machado, da 2a Vara Criminal, que deverá dar andamento ao processo no retorno do recesso do Poder Judiciário, no dia 6 de janeiro.

Fuga e prisão de Cássio Alves

A fuga e prisão de Cássio Alves dos Santos, número um da facção Os Manos em Santa Cruz do Sul, repercutiu em nível nacional. O homem de 34 anos fugiu após romper a tornozeleira eletrônica em 24 de agosto, em Porto Alegre, 107 quilômetros distante da área restrita estipulada pelo Poder Judiciário, que era Capão da Canoa. Na cidade do Litoral, ele havia se estabelecido como corretor de imóveis após receber o benefício do equipamento de monitoramento.

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Ao longo de quase quatro meses, as forças de segurança estiveram no encalço do faccionado, que chegou a estar escondido em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Porém, em 15 de dezembro, foi preso em um hotel de luxo em Foz do Iguaçu, por agentes locais do Grupo de Diligências Especiais (GDE) da Polícia Civil. Atualmente, permanece na galeria 2 da Cadeia Pública Laudemir Neves (CPLN), na cidade que fica na divisa entre Brasil, Argentina e Paraguai, aguardando transferência para o sistema penitenciário gaúcho.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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