O reitor afastado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luis Carlos Cancellier Olivo, foi encontrado morto nesta segunda-feira, 2, no Beiramar Shopping, em Florianópolis. Há a suspeita de que ele teria se jogado de um vão central do shopping. A carteira de habilitação do reitor foi encontrada em seu bolso. O Instituto Médico-Legal está no local e fez a identificação. Segundo a assessoria do IML, o corpo está passando por perícia.
Luis Carlos Cancellier de Olivo é investigado na Operação Ouvidos Moucos, que apura irregularidades na aplicação de recursos federais recebidos pela Universidade para curso de Ensino a Distância.
O reitor foi preso pela Polícia Federal no dia 14 de outubro. A ordem de custódia temporária por cinco dias e de afastamento do cargo havia sido decretada em 25 de agosto pela juíza Janaína Cassol Machado, da 1ª Vara Federal de Florianópolis. O reitor e outros seis investigados foram soltos no dia seguinte pela juíza Marjôrie Cristina Freiberger, que substituía Janaína Cassol Machado, naquele dia, ausente por motivos médicos.
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A delegada de Polícia Federal Erika Mialik Marena, da Operação Ouvidos Moucos, afirmou em representação à Justiça que Cancellier tentou “obstaculizar investigações internas”. A operação da PF apura irregularidades na aplicação de R$ 80 milhões em recursos federais recebidos pela UFSC relativos ao curso de Ensino a Distância.
As investigações da Ouvidos Moucos começaram a partir de suspeitas de desvio no uso de recursos públicos em cursos de Educação à Distância oferecidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) na Federal de Santa Catarina. Segundo a PF, o sistema EaD/UAB recebe verbas em duas frentes: “a verba de custeio, gerida pelas fundações de apoio mediante contratos com a UFSC, e com todos os desvios, e a verba das bolsas Capes, que deveriam ser pagas aos professores e tutores do EaD”.
Cancellier era reitor da Federal de Santa Catarina desde março de 2016. A PF afirma que o professor “criou a Secretaria de Educação à Distância, para estar acima do já existente Núcleo UAB, vinculando-a diretamente à Reitoria”.
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“Nomeou no âmbito do EaD os professores do grupo que mantiveram a política de desvios e direcionamento nos pagamentos das bolsas do EaD. Procurou obstaculizar as investigações internas sobre as irregularidades na gestão de recursos do EaD, pressionou para a saída da professora Taisa Dias do cargo de coordenadora do EaD do curso de Administração. Recebedor de bolsa do EaD via Capes e via Fapeu”, destacou a PF.
A Ouvidos Moucos investiga repasses que totalizam cerca de R$ 80 milhões. Foi identificado que docentes da UFSC, empresários e funcionários de instituições e fundações parceiras teriam atuado para o desvio de bolsas e verbas de custeio por meio de concessão de benefícios a pessoas sem qualquer vínculo com a Universidade.
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