O rei Charles III e o filho mais velho e herdeiro ao trono, príncipe William, apareceram de surpresa no sábado, 17, em dois pontos de Londres para cumprimentar e conversar com milhares de pessoas que aguardavam há horas para se despedir da rainha Elizabeth II.
Tanto o monarca de 73 anos quanto o herdeiro do trono, de 40 anos, falaram sem pressa e apertaram as mãos de várias pessoas que estavam fazendo fila na margem sul do Rio Tâmisa. “Obrigado por esperar tanto tempo na fila. É incrível”, disse William a um dos grupos com os quais parou para conversar. “Já estão além da metade, estão quase lá, muito obrigado”, acrescentou.
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“God save the King” (Deus salve o Rei) e “God bless the Prince of Wales” (Deus abençoe o príncipe de Gales) gritaram os súditos no centro de Londres, enquanto apertavam as mãos e conversavam por alguns minutos com as novas faces de uma monarquia, que perdeu sua rainha longeva.
Trajeto leva 24 horas
As autoridades alertaram na madrugada desse sábado que o trajeto de Southwark Park, onde começa a fila, até o Palácio de Westminster, onde está o caixão de Elizabeth II desde quarta-feira, 14, pode levar mais de 24 horas, embora o monitoramento ao vivo do Ministério de Assuntos Digitais e Cultura tenha calculado um tempo de espera de 14 horas.
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Na sexta-feira, 16, o ex-jogador de futebol David Beckham também aguardou sua oportunidade para homenagear o que chamou de “incrível legado” da única rainha conhecida pela maioria dos britânicos até sua morte, em 8 de setembro, aos 96 anos, após sete décadas de reinado.
A estimativa era de que, quando a capela funerária fechasse as portas na manhã desta segunda-feira, 19, antes do funeral de Estado da soberana britânica por sete décadas, cerca de 400 mil pessoas teriam passado em frente ao caixão.
Também na sexta-feira, os britânicos registraram outro momento solene: o novo rei Charles III, e seus três irmãos Anne, Andrew e Edward, ficaram próximos ao corpo da mãe por 15 minutos para a ‘Vigília dos príncipes’.
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Baixas temperaturas
Durante a noite de sexta-feira para sábado, quando as temperaturas caíram para 7 graus, os serviços de saúde atenderam 275 pessoas entre as milhares que faziam fila do lado de fora, das quais 39 foram transferidas a um hospital. Na sexta-feira à noite, um homem foi preso ao sair da fila e tentar se aproximar do caixão, informaram as autoridades britânicas.
Nesta segunda-feira, 19, é realizado o primeiro funeral de Estado desde o do ex-primeiro-ministro Winston Churchill, em 1965, com a presença de dezenas de líderes mundiais. “Posso confirmar que será o maior evento que a polícia londrina terá que administrar, maior que os Jogos Olímpicos de 2012”, declarou o vice-comandante Stuart Cundy.
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O “funeral do século” começou às 11 horas locais (7 horas de Brasília) na Abadia de Westminster, diante de 2 mil convidados. Analistas calculam que será assistido por 4,1 bilhões de pessoas no mundo, graças à televisão e às redes sociais.
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou presença, assim como o brasileiro Jair Bolsonaro e o rei da Espanha, Felipe VI. O vice-presidente chinês, Wang Qishan, representará seu país. A China foi convidada ao funeral, ao contrário da Rússia, devido à guerra na Ucrânia, e um reduzido número de países, como Venezuela e Mianmar.
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Alguns chefes de Governo já chegaram a Londres. A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, prestou homenagem na sexta-feira diante do caixão de Elizabeth II.
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Após o funeral, o caixão será transportado pela capital britânica até o Arco de Wellington, no Hyde Park Corner. No local, será colocado em um carro fúnebre para a última viagem até o Castelo de Windsor. Uma última cerimônia privada, com a presença apenas dos integrantes mais próximos da família real, será celebrada e a rainha será sepultada às 19h30 (15h30 de Brasília).
O corpo da monarca mais longeva do Reino Unido permanecerá, ao lado de seu marido, na capela do rei George VI, onde estão os caixões de seu pai e sua mãe, assim como as cinzas de sua irmã Margaret.
Vigília
Todos os oito netos da rainha Elizabeth II ficaram em uma vigília silenciosa ao lado de seu caixão no sábado, seguindo o exemplo do rei Charles III e seus irmãos na noite anterior. Muitos se amontoam na fila em meio a esperas que se estendem por até 16 horas, resistindo à noite mais fria de Londres em meses.
Mais tarde, todos os netos da rainha ficaram ao lado de seu caixão durante o funeral. William e o príncipe Harry, filhos de Charles, juntaram-se aos filhos da princesa Anne, Zara Tindall e Peter Philips; as filhas do príncipe Andrew, princesa Beatrice e princesa Eugenie; e os dois filhos do príncipe Edward – Lady Louise Windsor e James, Visconde Severn.
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William, agora o herdeiro do trono, ficou de pé com a cabeça baixa na cabeceira do caixão e Harry ao pé. Ambos os príncipes, que são veteranos militares, estavam uniformizados. Os enlutados continuaram a passar em silêncio enquanto os netos faziam vigília.
Harry, que serviu no Afeganistão como oficial do exército britânico, vestiu roupas civis durante o cortejo do caixão da rainha do Palácio de Buckingham porque ele não é mais um membro trabalhador da família real. Ele e a esposa Meghan deixaram os deveres reais e se mudaram para os Estados Unidos em 2020. O rei, no entanto, solicitou que William e Harry usassem seus uniformes militares na vigília de Westminster Hall.
Antes da vigília, as princesas Beatrice e Eugenie emitiram um comunicado elogiando sua “amada avó”. “Nós, como muitos, pensamos que você ficaria aqui para sempre. E todos nós sentimos muito a sua falta. Você foi nossa matriarca, nossa guia, nossa mão amorosa em nossas costas nos conduzindo por este mundo. Você nos ensinou muito e vamos guardar essas lições e memórias para sempre”, escreveram as irmãs.
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As pessoas que fazem fila para ver a rainha são de todas as idades e vêm de todas as esferas da vida. Muitos se curvaram diante do caixão ou fizeram o sinal da cruz. Vários veteranos fizeram saudações. Algumas pessoas choraram. Outros mandaram beijos. Muitos se abraçaram enquanto se afastavam, orgulhosos de ter passado horas na fila para prestar uma homenagem, mesmo que durasse apenas alguns momentos.
Durante a noite, voluntários distribuíram cobertores e xícaras de chá para as pessoas na fila quando as temperaturas caíram para 6 graus. Apesar do clima, os enlutados descreveram o calor de uma experiência compartilhada. “Estava frio da noite para o dia, mas tivemos companheiros maravilhosos, conhecemos novos amigos. A camaradagem foi maravilhosa”, disse Chris Harman, de Londres. “Valeu a pena. Eu faria isso de novo e de novo e de novo. Eu caminharia até o fim da terra por minha rainha.”
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As pessoas tinham muitos motivos para vir, desde o carinho pela rainha até o desejo de fazer parte de um momento histórico. Simon Hopkins, que viajou de sua casa no centro da Inglaterra, comparou isso a “uma peregrinação”. “(É) um pouco estranho, porque isso meio que vai contra a minha essência”, disse ele. “Eu fui meio atraído por isso.”
O público continuou silenciosamente entrando no Westminster Hall, mesmo quando os quatro filhos da rainha – Charles, princesa Anne, príncipe Andrew e príncipe Edward – ficaram em vigília na noite de sexta-feira ao redor do caixão por 15 minutos. O choro de um bebê era o único som.
Antes da vigília, Edward disse que a família real estava “preenchida pela onda de emoção que nos envolveu e pelo grande número de pessoas que se esforçaram para expressar seu próprio amor, admiração e respeito (por) nossa querida mamãe.” As autoridades fecharam no sábado uma linha separada para pessoas com deficiência, dizendo que todos os espaços disponíveis foram alocados.
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