Após quase três horas de reunião virtual com prefeitos e representantes de associações de municípios do Estado, na quinta-feira, 25, o governador Eduardo Leite (PSDB) suspendeu, durante uma semana, a cogestão sobre o processo de distanciamento controlado do Rio Grande do Sul. Isso ocorre no Vale do Rio Pardo e em outras dez regiões, que obtiveram a classificação de bandeira preta na última semana.
A partir de sexta-feira, 26, até o domingo, dia 7 de março, a região e todo o Estado precisarão cumprir restrições mais duras. “Entendemos que é preciso centralizar as ações de comando, mas em nenhum momento queremos tomar essa decisão sozinhos. Por isso, queremos que os prefeitos nos ajudem. Minha recomendação é acabar, temporariamente, com a cogestão”, disse Leite.
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De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde, a primeira onda da pandemia, registra da entre julho e agosto de 2020, tinha em média 64 internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) por dia. Em dezembro, no que se convenciona chamar de segunda onda do coronavírus, a média foi de 67. Desde a última terça-feira, 23, a média é de 246 internações – quatro vezes maior do que no inverno passado. “Nem que criássemos 7 mil leitos de UTI, o que é totalmente inviável, seria possível dar conta de tantas internações. Estamos no nosso limite”, frisou Leite.
O Gabinete de Crise do governo do Estado deverá manter os protocolos de bandeira preta e definir nesta sexta se haverá mudanças para as regras definitivas, que passarão a valer a partir de sábado. Assim que for concluído o planejamento, o governo divulgará as restrições. Sobre a Educação Infantil e 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, Eduardo Leite antecipou que as aulas presenciais deverão ser mantidas, como aprovado no modelo de distanciamento controlado apresentado na última semana.
Nesta sexta, dia de nova rodada de classificação de risco, Leite deverá confirmar que todo o Estado ficará em bandeira preta a partir de sábado, informação que o governador já havia antecipado na quinta.
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Região defendia lockdown somente no fim de semana
A prefeita de Sinimbu, Sandra Backes (DEM), representou a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) na reunião de quinta. Sandra defendeu o lockdown durante o fim de semana, apenas. “As atividades econômicas não são as responsáveis pela contaminação. Não estamos aqui para achar culpados, mas entendemos que, quando os trabalhadores estão em atividade, eles estão mais seguros”, disse.
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Já o presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Emanuel Hassen de Jesus (Maneco), criticou o atraso na distribuição de vacinas, com o envio fracionado pelo Ministério da Saúde em todo o País. Segundo ele, todos os prefeitos teriam de ser unânimes com relação ao cumprimento das regras da bandeira preta e o fechamento das atividades econômicas para frear a curva de crescimento. “O governador faz muito bem em consultar os prefeitos, que, acredito eu, têm todos a mesma opinião quanto à necessidade de medidas rápidas e mais enérgicas.”
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Mesmo com opiniões contrárias, Leite formalizou o fim da cogestão temporária. A proposta do governador é avaliar, após o período inicial de sete dias, o resultado das medidas no controle da contaminação.
Boqueirão e Lajeado
O município de Boqueirão do Leão irá reeditar o lockdown do último fim de semana. Com o número crescente de casos e o Hospital Dr. Anuar Elias Aesse, que não tem UTI, lotado em sua área clínica, a via para tentar frear o vírus é fechando tudo. Das 19 horas de sexta até as 5 horas da manhã da próxima segunda-feira, 1º, apenas farmácias poderão funcionar, com telentrega.
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Em Lajeado, no Vale do Taquari, o prefeito Marcelo Caumo (Progressistas) decretou o fechamento de todo o comércio não essencial durante este fim de semana. A partir das 20 horas de sexta até as 5 horas de segunda-feira, apenas supermercados e farmácias poderão funcionar com restrição de público. Bares e restaurantes só poderão operar com delivery e até as 23 horas.
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