Dos golpes mais antigos, como o conto do bilhete premiado, até os mais atualizados, como a clonagem de WhatsApp, os casos de estelionato aumentaram neste início de ano em Santa Cruz do Sul. Em entrevista ao programa Rede Social, da Rádio Gazeta FM 107,9, o delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP), Alessander Zucuni Garcia, apresentou dados referentes ao crime, com um comparativo em relação ao ano passado. Enquanto nos três primeiros meses de 2020 foram registradas 94 ocorrências no município, no mesmo período de 2021 os números chegaram a 299 – um aumento de 218%.
De acordo com o delegado, como pano de fundo para a alta dessa prática criminosa está a pandemia. “Esse número dá uma dimensão do avanço desse tipo de crime no momento atual. Percebemos que os casos de estelionato dispararam de um ano para o outro”, revelou.
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“Sabemos que a criminalidade se adapta ao momento. E com a pandemia, menos pessoas estão circulando, mais estão em casa, e os criminosos enxergaram um potencial nisso. Tanto que a imensa maioria dos golpes são cometidos ou por telefone ou redes sociais.”
Alessander frisou os diferentes golpes que vêm sendo aplicados. “Temos uma grande variedade de abordagens do estelionato. Dos mais antigos, mas que volta e meia reaparecem, como o conto do bilhete, até os mais atuais, como a clonagem do WhatsApp. Neste, a vítima recebe contatos de algum conhecido pedindo dinheiro emprestado. Esse conhecido, na verdade, teve seu aplicativo clonado por um infrator, que se passa por ele”, explicou o titular da 2ª DP.
Em Santa Cruz do Sul, há registros de casos em que pessoas perderam até R$ 50 mil. Mas o delegado revela que a maioria dos golpes envolve valores relativamente baixos, justamente para não levantar suspeitas das vítimas.
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Não há uma regra sobre a origem dos estelionatários. “Em um caso, no qual eu mesmo trabalhei recentemente, identificamos um grupo criminoso daqui da nossa região. No entanto, sabemos de outras situações, com quadrilhas de São Paulo e de outros estados aplicando golpes em pessoas do Rio Grande do Sul.”
A orientação é que as pessoas sejam cautelosas com qualquer tipo de abordagem suspeita. Ao perceber que se trata de um golpe, a vítima deve fazer o registro junto à Polícia Civil. “É sempre importante ter uma precaução a mais, adotar uma providência a mais. É preciso verificar a procedências antes de adquirir produtos ou aceitar serviços, e afastar possibilidades de ter um prejuízo. Sempre buscamos a responsabilização dos criminosos, buscando elementos de prova para possibilitar que venham a ser penalizados. A justiça tarda, mas não falha”, finalizou o delegado.
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