Há um fenômeno afetando cada vez mais pessoas sem que muitas delas se deem conta. Existem as denominadas gerações X, Y, Z e assim por diante que moldam a visão de mundo e a forma de pensar, agir e se relacionar daqueles que nascem e vivem em diferentes épocas. Mas essa manifestação não escolhe seres humanos por letras do alfabeto e pode ser observada, também, em todas as classes, níveis de ensino e outras características. A ansiedade é o grande mal da sociedade humana atualmente.
No final de julho, ao participar como patrono da 34ª Feira do Livro de Rio Pardo, o escritor, poeta e jornalista Fabrício Carpinejar, durante entrevista, abordou o assunto com exemplos muito presentes na vida das pessoas. Uma das suas observações: “por ansiedade você quer ter o controle sobre o futuro, não estando presente, você não curte o momento, não aproveita o momento, não festeja a presença. Os ansiosos sempre estão um passo além, sempre estão sofrendo, nunca vejo um ansioso feliz”. Também afirmou que as pessoas hoje não têm mais paciência para educar os filhos. É algo extremamente preocupante.
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Tudo isso é muito fácil de notar atualmente, seja nas famílias ou na população nas ruas. Já observaram quantas pessoas não conseguem fazer outra coisa logo que acordam sem antes consultar o celular? Ou antes de dormir, precisam dar aquela conferida na telinha? Há poucos dias li uma constatação interessante (infelizmente, não anotei o autor): “passamos mais tempo olhando para uma tela de celular do que aproveitando as experiências reais que a vida nos oferece”. Parece que estamos perdendo algo se não vimos as últimas novidades (mesmo que sejam fofocas). E saímos correndo para chegar ao trabalho, almoçamos com a cabeça em outro mundo, não temos tempo mais para um bate-papo descontraído… Onde será que isso vai nos levar?
Alguns dos últimos acontecimentos ajudaram a aumentar essas aflições ou agonias do dia a dia. De acordo com um grande mapeamento global de transtornos mentais, realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e divulgado no início do ano passado, o Brasil tem a população com maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo. Com a pandemia da Covid-19, as seguidas catástrofes climáticas, as mil e uma tarefas do dia e todo momento sendo persuadidos a estarmos sempre “ligados” aos novos meios tecnológicos, é cada vez mais comum vermos pessoas com sinais de inquietação, aflição, agonia, angústia, falta de tranquilidade, entre outros aspectos.
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Neste mundo corrido, é necessário muita força, organização e tranquilidade para levar a vida sem aflição. É preciso saber colocar limites em tudo para não sermos engolidos pelos transtornos de ansiedade. Apesar de carregarmos por todo lugar uma enciclopédia, não dá para virar escravo do celular, que está entre um dos fatores para esse mal da sociedade humana. Um estudo da Canadian Journal of Psychiatry comprovou que, quanto maior o uso de telas, maior o nível de ansiedade. Ao mesmo tempo, um relatório lançado pela empresa de análise de mercado digital App Annie apontou que o Brasil lidera o pódio dos países com pessoas que mais passam tempo conectadas. Para se ter uma ideia, o brasileiro fica, em média, quase cinco horas e meia por dia diante de seus aparelhos. E assim, muitas vezes, deixa de vivenciar o que está ao seu redor.
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