Quase três meses depois da morte do agricultor Claudiomiro Gomes de Oliveira, de 28 anos, a família recebeu a confirmação de que ele faleceu em decorrência de hantavirose. Oliveira era morador de Sinimbu e morreu logo após dar entrada no Hospital Santa Cruz. Na época do óbito, uma das hipóteses levantadas era de que a vítima estaria com um quadro grave de gripe H1N1 em razão da semelhança dos sintomas e do aumento de notificações no Estado. A demora pelo resultado ocorreu porque os exames foram realizados por um laboratório de São Paulo.
Conforme a enfermeira do setor de epidemiologia da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Beanir Lara, na região foram notificados cinco casos da doença neste ano, mas o número ainda não seria preocupante. Desde que começaram a ser contabilizados, em 2007, a 13ª CRS já registrou 115 casos, sendo que o ano mais problemático foi em 2010, quando houve 27 notificações. Nos dez anos analisados, três mortes ocorreram na região.
A hantavirose seria característica da zona rural, por ser causada por ratos que vivem nas matas, e atingiria, principalmente, agricultores. Entretanto, segundo Beanir, há casos de pessoas que praticaram ecoturismo e contraíram a doença. O número de casos aumentaria em períodos de desmatamento, tanto por ter mais trabalhadores expostos quanto pelo fato de os roedores silvestres passarem a procurar alimento em locais com maior concentração humana.
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Diagnóstico imediato é difícil
Segundo o infectologista Marcelo Carneiro, entre as pessoas contaminadas por hantavirose, a incidência de morte pode chegar a 40%, dependendo do tipo de vírus. Por enquanto, não há tratamento comprovadamente eficaz. O tempo de incubação seria, em média, de duas semanas. Entretanto, em razão de apresentar sintomas muito comuns e parecidos com a gripe A e a leptospirose, como dores no corpo, febre e complicações respiratórias, haveria dificuldade de se fazer um diagnóstico imediato.
ENTENDA
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