O calor que tem sido registrado no Vale do Rio Pardo entre essa terça, 10, e quarta-feira, 11, deixando as temperaturas acima dos 30 graus, será amenizado nos próximos dias. Isso porque chegará ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira, 12, uma frente fria, que trará chuva para todo o estado. A presença da fumaça das queimadas poderá impactar na cor das gotas, causando o fenômeno conhecido como chuva preta. O evento climático já foi registrado ainda nessa terça em municípios mais ao Sul do estado.
Além disso, ao longo do dia, o céu estará mais escuro, visto que haverá nuvens de maior desenvolvimento vertical, além da quantidade expressiva de fumaça. Segundo a MetSul Meteorologia, a chuva preta ocorre quando a umidade se mistura com a fuligem, que se origina quando não há combustão completa de materiais orgânicos, como carvão, petróleo e madeira. O fenômeno é registrado em pontos com altos níveis de poluição, geralmente ocorrendo próximo a áreas industriais, queimadas ou onde há queima de combustíveis fósseis.
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Assim, essas partículas interagem com o vapor de água da atmosfera, alterando as propriedades das nuvens. Essa chuva não necessariamente tem a cor preta, mas pode provocar impactos visíveis nas cidades, deixando uma camada de sujeira nas superfícies de prédios, veículos e infraestruturas. Além disso, os poluentes que se misturam com as gotas de água podem contaminar rios, lagos, solo e vegetação.
Municípios do Sul do Rio Grande do Sul, como Arroio Grande, São Lourenço do Sul, Pelotas e São José do Norte já registraram o fenômeno da chuva preta nessa terça-feira. A meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, explicou que o evento ocorre devido às queimadas nos biomas brasileiros. A quantidade de incêndios e seca nas últimas semanas fez com que uma nuvem de fumaça se espalhasse por quase todo o país.
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O governo do estado divulgou nesta quarta-feira, 11, orientações à população, em uma ação conjunta das secretarias do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Saúde (SES) com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O motivo é o cenário que compromete a qualidade do ar no país e no Rio Grande do Sul, devido aos incêndios. De acordo com a Sala de Situação, a piora na qualidade do ar ocasionada pelas queimadas é agravada pela atual presença de vento norte na Região Metropolitana, pela massa de ar quente, seco e estável, somadas à ausência de chuvas, dificultando a dispersão dos poluentes.
O poder público ainda alerta que a frente fria que chega ao estado nesta quinta-feira, 12, também trará ventos do sul, que irão empurrar a fumaça para fora do Estado, melhorando a qualidade do ar. Na sexta-feira, 13, os ventos do sul devem continuar a melhorar a situação.
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As principais orientações de saúde são o monitoramento das previsões meteorológicas, a hidratação e evitar atividades ao ar livre, mantendo portas e janelas fechadas. Crianças, idosos e gestantes devem estar especialmente atentos a sintomas respiratórios e buscar atendimento médico imediatamente, se necessário. O uso de máscaras deve ser avaliado individualmente, mas pode auxiliar pessoas com condições crônicas.
A frente fria, vinda do Uruguai, já começa a afetar o Oeste e o Sul do estado na madrugada desta quinta-feira. No Vale do Rio Pardo, a precipitação deve avançar ao longo da tarde. Pela manhã, o tempo será firme, ainda com bastante presença de fumaça no céu. Conforme a MetSul, em diversos pontos a chuva pode ser moderada a forte, e não se afasta a possibilidade de temporais isolados com raios e, sobretudo, queda de granizo localizada. Na sexta, o tempo segue instável. Em alguns locais, os acumulados podem ficar próximos ou acima de 50 milímetros, mas na maior parte do estado não serão altos. As máximas cairão drasticamente, não passando de 23 graus.
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*Dados da MetSul Meteorologia. A previsão do tempo pode mudar a qualquer momento, sem aviso prévio.
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