Regional

Região fica perto de registrar mil casos de dengue

Nos próximos dias, a área de abrangência da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde deve ultrapassar a marca dos mil casos de dengue em 2024. Conforme a CRS, os 13 municípios atendidos no Vale do Rio Pardo chegam à 15ª semana epidemiológica com 959 confirmações: Candelária (34), Gramado Xavier (2), Herveiras (1), Mato Leitão (6), Pantano Grande (1), Passo do Sobrado (1), Rio Pardo (5), Santa Cruz do Sul (454), Sinimbu (5), Vale do Sol (4), Vale Verde (4), Venâncio Aires (282) e Vera Cruz (160).

A região havia encerrado a semana anterior com 874 confirmações. De sexta-feira até essa segunda, mais 85 pessoas testaram positivo para a doença. Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, o coordenador de Atividades Ambientais da 13ª CRS, Luis Fabiano Casseres, disse que é mais do que o dobro do registrado em 2023. Desde 2020, segundo ele, a quantidade cresce a cada ano. Para Casseres, a situação é mais preocupante em cinco municípios: Santa Cruz, Venâncio Aires, Vera Cruz, Candelária e Rio Pardo. Eles apresentam um índice de infestação considerado alto, com a presença do mosquito em mais de 1% dos imóveis urbanos. 

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“Em Santa Cruz e Venâncio Aires já são esperados muitos casos de dengue. Mas em Candelária está com quase 40, muito mais do que em outros anos. E em Vera Cruz a infestação é muito alta, cerca de 20% dos imóveis apresentam o vetor”, afirmou. A quantidade de confirmações deve subir nos próximos dias. Com 846 exames em investigação aguardando resultado, o coordenador de Atividades Ambientais estimou que pelo menos metade deles vai testar positivo para dengue. “Esperamos mais 400 casos surgindo, retroativos às semanas anteriores”, disse.

A chefe da Vigilância Epidemiológica na região, Beanir Lara, afirmou que a 13ª CRS aguarda a conclusão de diversos exames laboratoriais. Alguns deles foram encaminhados ao Laboratório Central do Rio Grande do Sul (Lacen/RS), em Porto Alegre. O resultado pode demorar mais de uma semana, em razão do grande volume de notificações.

De acordo com o Painel da Dengue da Secretaria Estadual da Saúde, atualizado ontem, o Rio Grande do Sul chegou a 48.855 casos. Destes, mais de 41 mil são autóctones, ou seja, contraídos no Estado. É superior em mais de 10 mil ao registrado durante o ano passado, que se encerrou com 38.602 confirmações. Desde o início do ano, 57 pessoas morreram em decorrência da doença, três a mais do que em 2023 (54).

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Em Santa Cruz foram 62 em quatro dias

Santa Cruz iniciou a semana com aumento de casos de dengue. De 6 a 8 de abril, o número de confirmações saltou de 482 para 544. Ou seja, foram 62 a mais em quatro dias. Os dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde foram atualizados na tarde de ontem. Por isso, a quantidade é superior à informada pela 13ª CRS, atualizada ao meio-dia.

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Já a quantidade de notificações passou de 2.562 para 2.772 (210 a mais). Houve ainda um incremento no número de exames que aguardam resultado, que passou de 774 para 913. Além disso, a quantidade de casos descartados foi de 652 para 725. Até a tarde dessa segunda, o município registrava três internações provocadas pela doença. Os pacientes estão sendo atendidos no Hospital Santa Cruz. 

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Uso de inseticida

Para o coordenador de Atividades Ambientais da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, Luis Fabiano Casseres, a proliferação da dengue na região está vinculada ao comportamento da população. Destacou a necessidade de manter os pátios e as áreas internas limpas e evitar água parada. No entanto, acredita que esse é o grande desafio. “Verificamos que, em algumas áreas, pessoas diagnosticadas com dengue continuam a ter recipientes nos pátios que podem se transformar em criadouros de mosquitos”, enfatizou.

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Casseres afirmou ainda que, embora a coordenadoria oriente os municípios para a aplicação de inseticida, ele serve apenas para situações específicas, onde há presença significativa do inseto e já foram tomadas todas as medidas possíveis. E por acreditar que o uso de veneno resolve o problema, muitos moradores não se preocupam com os depósitos de água parada – que podem estar em potes, ralos, baldes e outros – e não tomam os cuidados mínimos. Assim, recomenda que a medida não seja utilizada de forma indiscriminada. “O inseticida, por mais bem aplicado que seja, não vai reduzir em mais de 10% a população de mosquitos da área. E mesmo que reduza, se o depósito não for eliminado, eles voltam”, alertou.

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Julian Kober

É jornalista de geral e atua na profissão há dez anos. Possui bacharel em jornalismo (Unisinos) e trabalhou em grupos de comunicação de diversas cidades do Rio Grande do Sul.

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Julian Kober

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