É inevitável. Entra safra, sai safra, o perigo dos incêndios em estufas de secagem do tabaco segue sendo uma realidade. Uma grande quantidade de sinistros é registrada durante o período, que geralmente vai de setembro a março. Seja por falhas técnicas ou mesmo descuidos humanos, o fato é que incidentes durante a secagem das folhas de fumo geram inúmeros transtornos aos produtores.
Somente durante a safra atual, 73 casos de incêndios em estufas foram registrados na microrregião de Santa Cruz do Sul atendida pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), que contempla Vera Cruz, Vale do Sol, Rio Pardo, Sinimbu, Herveiras, Gramado Xavier, Passo do Sobrado, Boqueirão do Leão e Progresso, além de Santa Cruz.
Embora pareça alto, o número representa uma queda em relação ao número de situações contabilizadas no mesmo período do ano passado, que até a presente data tinha exatos 100 incêndios para a mesma região.
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Para o coordenador de pesquisa e estatísticas da Afubra, Alexandre Paloschi, a redução mostra um maior cuidado dos produtores durante o processo de cura das folhas. “Nós mesmos indicamos uma série de medidas para evitar problemas como esse, tais como não abrir a porta durante a secagem, pois uma faísca pode colocar tudo a perder. Ou mesmo instalar telas sobre o cano mestre e, se possível, nos laterais para que, em caso de uma vara cair, ficar sobre ela e não queimar junto ao cano, dando início ao incêndio”, observa o técnico.
A queda dos sinistros na região acompanha toda a área de atuação da Afubra. “Ao todo, foram 428 estufas queimadas nos três estados do Sul do Brasil. No ano passado, no mesmo período, eram 481”, completa Paloschi.
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Bombeiro há 12 anos, Arzélio Strassburger confirma um menor número de atendimentos na atual safra do que na anterior. “Atendemos 16 casos nesta temporada. Nesse mesmo período, tínhamos feito 23 atuações no ano passado, sendo que, ao todo, fechamos em 29 atendimentos na safra anterior”, disse o bombeiro voluntário, que atende a região de Candelária.
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Ele estima que os atendimentos dele e seus colegas até o final da atual safra não devem passar de 23 e atribui a queda nos números ao maior cuidado dos produtores e à atuação das empresas responsáveis. “Tudo isso interfere na queda dos números. Os incêndios são causados por falhas nas estruturas ou descuido dos produtores e a maioria dos casos acontece durante a noite, quando os produtores enchem a fornalha, fazendo elevar demais a temperatura. Tanto eles como as empresas estão mais cuidadosos e atentos, justamente para evitar prejuízos indesejados”, acrescenta Arzélio.
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De acordo com Alexandre Paloschi, a maioria dos fumicultores opta por fazer seguro, não somente da lavoura, mas da estufa. “É uma opção bastante viável que permite reaver parte da perda de forma considerável durante a safra. É opcional para aqueles produtores que fazem o seguro da lavoura fazer o da estufa também. Mas geralmente fazem, pois é um valor bastante baixo e, em um caso de incêndio, pode reaver uma boa parte do prejuízo”, comentou o coordenador de pesquisa e estatísticas da Afubra.
Dentre as medidas que permitem uma melhor condição para que os avaliadores observem o incidente e possam analisar de forma mais criteriosa está a agilidade na comunicação dos sinistros à Afubra. “Se nos avisarem no mesmo dia, conseguimos atendê-lo para buscar reaver o valor o mais breve possível após a análise”, comentou Paloschi.
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O número para comunicar sinistros referentes aos seguros obtidos junto à Afubra é (51) 3713 7710. Além dos incêndios, os seguros cobrem destelhamentos nas estufas que prejudiquem a produção e também granizo.
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