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Reforma do ensino

No tempo em que lecionava no Polivalente, nas décadas de 80/90, eu já me punha a pensar na qualidade do ensino ministrado aos jovens. Questionava-me qual seria o futuro desses alunos. A maioria não tinha condições de enfrentar um vestibular. 

O governo do presidente Michel Temer anunciou uma reforma do Ensino Médio no país. Essa discussão veio em boa hora. As reformas são urgentes e fundamentais para o futuro do Brasil. Os índices de conhecimento na matemática, linguagem e leitura, comparadas com o cenário mundial, remetem-nos para as últimas colocações no ranking das nações.
Essa reforma não poderá acontecer às pressas. Deve acontecer, primeiramente, uma ampla discussão entre os técnicos do ministério, entidades do magistério e sociedade. O esclarecimento é necessário para que a opinião pública abrace essa causa. Só não podemos deixar que as entidades exerçam o rançoso corporativismo da classe, atravancando qualquer mudança.

Os antigos paradigmas devem ser vencidos. Sabemos como é difícil aceitar qualquer mudança. Esses novos ares atingirão o professor, que deverá ser valorizado; a comunidade, que será envolvida no processo, e a gestão profissional das escolas. Não tem como escapar desse tripé quando se pensa em educação de qualidade. É um longo e penoso caminho a ser conquistado.

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As nações que fizeram a revolução em seus sistemas de ensino, por exemplo, foram a China, Finlândia e Coreia do Sul, campeões na avaliação de conhecimento dos estudantes. Valorizaram o professor, implantando a meritocracia e uma decisão do governo em melhorar a gestão de recursos dedicados à área. Os melhores profissionais atuam no ensino básico.

A valorização social do professor é fundamental. No Brasil, temos uma classe historicamente desvalorizada pelos governantes. Os baixos salários deprimem o profissional. Não incentivam o jovem a almejar essa profissão. Procuram outras carreiras que lhes possibilitem alcançar melhores ganhos e status na sociedade.
Entretanto, se os profissionais do magistério conquistarem bons salários e servirem de exemplo nas conquistas futuras dos alunos e, consequentemente, sejam a mola propulsora do progresso do País, muitos jovens competentes irão almejar a profissão.

Essa revolução na educação não pode deixar de envolver as famílias, primordiais para a gestão das escolas. O desempenho e as atitudes dos filhos no ambiente escolar têm fundamental importância. Nos 17 anos em que lecionei, a participação dos pais era intensa. Acredito que ainda aconteça hoje, mas de forma menos constante nas escolas públicas.
Essa reforma é complexa e ocorrerá em meio a muitas discussões. Almejemos que, no final, sejam aprovadas medidas que realmente revolucionem o Brasil através da educação de seu povo.

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