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Refeições fora de casa estão até 10% mais caras

A alta nos preços da carne bovina já pode ser sentida em churrascarias e restaurantes de Santa Cruz do Sul. Se para quem opta por fazer o churrasco em casa, o prato está mais salgado, entre aqueles que oferecem o produto no cardápio a situação não é diferente. O jeito foi baixar a margem de lucro e repassar parte do custo extra ao cliente que está pagando em média 10% a mais pelas refeições.

O empresário Nelvi Luiz Bergonsi, da Churrascaria La Bréscia, há 40 anos trabalha com carnes. Neste período, acostumou-se a perceber uma ligeira alta nos preços em dezembro, motivada pelo consumo extra no fim de ano. “Mas nunca subiu tanto assim. Faz uns dez dias que tomamos um susto ao comprar carne, percebemos que alguns cortes subiram até 50%”, observa.

Para minimizar o prejuízo, o estabelecimento diluiu o custo mais alto da carne nos valores do bufê livre do restaurante. O valor cobrado subiu R$ 1,00, passando para R$ 22,00 ao meio-dia e para R$ 28,00 à noite. “O mini-espeto e o espeto completo continuam com os mesmos preços – R$ 40,00 e R$ 48,00”, tranquiliza. A esperança, segundo ele, é que a virada de ano traga preços menores, como geralmente ocorre em janeiro – embora essas não sejam as projeções dos economistas (leia abaixo).

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Já na Churrascaria Centenário, o reajuste foi no rodízio de carnes. Segundo o empresário Claudinei Cenci, foram repassados 11% aos preços do mini-rodízio, que agora custa R$ 60,00, e ao rodízio completo, reajustado para R$ 70,00. “O problema da carne é o desperdício. Às vezes, o pratinho em frente ao cliente fica cheio de porções não consumidas. Por conta disso, o custo acaba sendo mais alto”, justifica.

Na Centenário, os valores do bufê livre, que na semana custa R$ 29,90 e aos finais de semana sai por R$ 32,90, foram mantidos até o momento. “A alta para nós, que trabalhamos com cortes de carnes especiais, é na faixa dos 70%. O mesmo percentual é o que representa a carne no total de compras de produtos para servimos aos nossos clientes”, explica o empresário.

Relembre
O aumento nas exportações de carne para a Ásia e a correção de valores na comercialização do boi vivo são as explicações para o reajuste nos preços, especialmente a partir da segunda quinzena de novembro no Rio Grande do Sul. Na média, os cortes subiram 50%, na comparação com o início do mês passado.

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Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o valor da carne bovina estava represado há pelo menos três anos. Este também é um fator que provocou os reajustes de novembro. A tendência, segundo empresários do setor, é que o valor não recue, pelo menos por enquanto.

Reajuste
No Restaurante Comabem, a carne é o insumo que responde por 60% do valor cobrado pelas refeições dos clientes. Conforme o proprietário, Valdemir Corrêa, na média geral o custo da carne subiu 34%. “Os cortes que mais impactam para nós são aqueles utilizados para fazer bife. Por conta disso, foi necessário aumentar os valores”, disse.

O valor do quilo passou de R$ 40,80 para R$ 43,80. “Além disso estamos reduzindo a margem de lucro para frear o custo final ao cliente. Acreditamos que a partir de janeiro, o valor diminua”, destaca o empresário.

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Cenci: nos cortes especiais, alta de 70%

Inflação
Sob a pressão do salto no preço da carne, mas também do aumento nos custos dos jogos de loteria e da energia elétrica, a inflação oficial no País acelerou para 0,51% em novembro, maior resultado para o mês desde 2015. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE.

A carne de porco subiu 3,35% em novembro, enquanto o frango aumentou 0,28% (inteiro) e 0,34% (em pedaços). O grupo de alimentação e bebidas saiu de um avanço de 0,05% em outubro para elevação de 0,72% em novembro.

“Sem as carnes, alimentação e bebidas teria registrado uma queda de 0,18%. Realmente o que pesou mesmo foram as carnes. Tomate, batata e cebola caíram mais de 10%”, diz Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

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Bergonsi: bufê livre já ficou mais caro
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