Região Sul do Estado ainda tem cerca de metade da colheita não vendida às indústrias
Os produtores de tabaco que ainda possuem produto para entregar estão se queixando da queda nos preços praticados pelas empresas. Os valores pagos no início da safra, que chegaram a superar o estabelecido nas tabelas, teriam sofrido queda significativa nas últimas semanas. Essa situação prejudica sobretudo os fumicultores das regiões Sul e Centro-Serra, que costumam finalizar a colheita mais tarde em relação ao Vale do Rio Pardo.
Conforme o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, a entidade monitora a situação. Ele recorda as dificuldades enfrentadas durante a negociação com as empresas e que muitas delas compraram o tabaco com complemento de classificação e valores que chegaram aos R$ 300,00 por arroba. “Agora que estamos chegando ao final da safra vemos uma diminuição, uma volta para a compra ‘normal’, e os produtores não conseguem entender essa mudança”, disse em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9.
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Essa queda, segundo Silva, desagrada aos produtores e também à comissão de representação. “Trabalhamos nessa negociação e agora estamos vendo que ela não tem uma lógica”, ressalta. Para ele, esse contexto onde alguns produtores ganham bem e outros ganham mal não é positivo para ninguém e prejudica a cadeia produtiva. Silva disse ainda que algumas empresas compraram tabaco de produtores integrados de outras, prática que acabou prejudicando os próprios integrados. “Isso desagrega, traz uma insatisfação geral e não é bom para o setor fumageiro.”
A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) também está ciente do ocorrido. Conforme o tesoureiro da instituição, Marcílio Drescher, há informações de que o preço pago está em queda e algumas fumageiras até mesmo interromperam a compra, pois já supriram suas necessidades. Nesse caso, a orientação aos produtores é tentar negociar, tendo em vista que as empresas muitas vezes retomam a compra e adquirem também o excedente dos agricultores que plantaram além da estimativa.
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Em relação à queda no valor, Drescher ressalta que não havia como prever essa situação e ela não é comum. Ainda assim, são questões mercadológicas e por isso é importante ter calma para buscar uma solução. “O produtor não pode se desesperar. É claro que ele fica frustrado e decepcionado quando não atinge suas expectativas e recebe menos que a média que estava sendo paga, mas isso são os momentos do mercado”, observa. Na Região Sul do Estado, conforme os dados da Afubra, cerca de 50% do tabaco plantado ainda não foi entregue.
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