Li, no fim de semana, que na França entrou em vigor lei que obriga a publicação de um aviso em fotos manipuladas por programas como o Photoshop, que corrige imperfeições. Essa exigência tem como alvo em especial imagens que mostram modelos magérrimas. Um dos objetivos é desestimular a bulimia, doença que atinge mulheres jovens que trabalham no mercado da moda e que mantêm uma silhueta esguia para permanecerem em atividade.
Ao ler a notícia lembrei a maioria das fotos postadas nas redes sociais. Em tom de ironia, costumo dizer que as pessoas do Facebook só viajam para lugares paradisíacos e comem em restaurantes de cinema onde consomem pratos lindos. E jamais estão tristes. Afinal, sorriso, biquinhos e trejeitos com cabelos – quase sempre loiros – são rodados de um lado para o outro para impressionar os leitores.
Leitores menos tolerantes poderão argumentar que seria deprimente ver imagens tristes. Aliás, dia destes fiquei estarrecido ao ver um flagrante feito no leito de um hospital onde o pai do titular da conta no Facebook estava internado. De pijama, sonda e cabelo desgrenhado, o homem com cerca de 60 anos era estimulado a sorrir, sem mínimo ânimo para tanto.
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As redes sociais permitem o contato com pessoas com similaridade de pensamento, o que é bom, e ruim. Bom porque se aumenta o círculo de amizades Mas também é ruim porque há pouca tolerância com aqueles que pensam de maneira diferente. Ao invés de fomentar a troca de ideias, a internet parece estimular a troca de ofensas, o que levou um amigo a fazer um comentário que já citei neste espaço.
– Parece que a internet tem o dom de multiplicar a quantidade de idiotas informatizados – afirmou ele. Ao que respondi:
– Acho que não. A rede mundial de computadores apenas deu voz e vez a pessoas que pouco ou nada têm a dizer, proliferando as agressões.
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Com a chegada do fim de ano, as mensagens de saúde, alegrias e realizações se multiplicam. A maioria padece de um mínimo de criatividade, mas valem pela intenção de desejos de paz e momentos de confraternização com familiares e amigos.
No fim de semana as redes sociais evidenciarão os solitários. Eles têm, como consolo, a possibilidade de compartilharem mensagens com outros que não possuem familiares ou amigos para comemorar as noites de Natal e Ano-Novo. Neste caso podemos dizer que são redes verdadeiramente sociais.
A todos, um Natal iluminado. E um 2017 mais leve, pacificado e com menos sobressaltos que o surrado 2016 que parte.
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