No momento em que a rede Americanas abriu sua loja em Santa Cruz do Sul, no endereço do antigo café e padaria Müller, lembramos um pouco da história do belo prédio e do estabelecimento que era um dos mais tradicionais da cidade. No livro Uma janela para o passado, a escritora Moina Fairon Rech conta que ele remetia à belle-époque e era frequentado pela alta sociedade.
O café foi fundado por Guilherme João Müller e sua esposa. Ainda jovem, ele foi para Lajeado aprender o ofício de confeiteiro e padeiro com seu tio Eduardo. Lá, conheceu e casou-se com Margarida Schiel Müller.
Em 1918, o casal se mudou para Santa Cruz e abriu padaria em um pequeno imóvel que existia ao lado do atual Sine. O negócio prosperou e logo contrataram o arquiteto Simão Gramlich (o mesmo que projetou a Catedral São João Batista) para construir seu novo prédio comercial e residencial, na frente da Aliança Cathólica.
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A inauguração do sobrado, na Marechal Floriano, 895, foi no Natal de 1930. A família morava no primeiro andar e, no térreo, instalou o café. O imóvel onde a padaria começou foi alugado para o Baratilho São Simão.
O nome original era Confeitaria e Café Ideal, mas todos chamavam de Café Müller. Além de pão, servia café, gasosa, sucos, cucas, tortas, salgados, docinhos, chocolates e bombons finos.
O prédio chamava a atenção pela beleza. O acesso se dava por duas portas. No centro havia ampla vitrine. A máquina de café ficava em um balcão de mármore. As mesinhas redondas, de ferro fundido, tinham tampo de mármore. O assento das cadeiras de ferro era estofado.
O café fechou na década de 60. De lá até agora, o prédio sofreu algumas mudanças. A ampla vitrine, por exemplo, virou porta.
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