Os últimos cinco anos têm enrugado o couro de nós gaúchos. Foram dois anos de pandemia, dois anos de seca e agora uma enchente de dimensões estaduais sem precedentes que muda os rumos de 2024. Aliás, esse era o ano para a agricultura do Rio Grande do Sul desatolar, mas quem ainda tinha a soja “do tarde” ou arroz para colher perdeu o resto da lavoura.
Essas perdas inerentes ao risco do negócio acabaram sendo insignificantes perto da devastação na vida de quem perdeu alguém ou perdeu tudo. A coragem dos voluntários e a solidariedade de quem doa o mínimo que seja têm unido nosso povo de uma maneira comovente e exemplar.
Corremos risco de ficar desabastecidos de água potável e por isso é fundamental poupar.
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Estamos vivendo o paradoxo da água: o donativo mais importante para os desabrigados é água, o mesmo elemento que invadiu suas casas e os forçou a estarem ali. Falta água encanada apesar de não parar de chover.
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Por enquanto, estamos sobrevivendo à enchente. Quando a catástrofe tiver números finais, começa a parte mais demorada e difícil que será a reconstrução de casas, de estradas e de vidas inteiras.
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Será um desafio que dependerá da união, do trabalho e da solidariedade do nosso povo.
A Alemanha ficou debulhada depois das guerras mundiais, mas se tornou potência em todos os sentidos depois de ter sido reconstruída pelo seu povo. Os imigrantes alemães, de quem descende maioria da população de Santa Cruz, abandonaram o mundo que conheciam levando fé e trabalho. Abrindo picada, construíram do zero um dos municípios mais imponentes do Rio Grande do Sul.
Quanto ao governo federal, precisaremos de ajuda para criar empregos para toda a gente que precisa recomeçar a vida. Já passou da hora de ser menos burocrático e caro empregar formalmente um trabalhador. Ao mesmo tempo, precisa ser facilitado o acesso a crédito para quem quiser empreender.
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De uma forma ou de outra, é inadiável que respeitemos a força da Mãe Natureza. Se for necessário, deixe tudo para trás e saia de casa, pois o nível de um rio pode subir ligeiro.
Não faltam estudos para entendermos como viver sem agredir nosso planeta, que é nossa casa. As consequências das ações da humanidade não respeitam os limites territoriais que criamos.
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Assim que conseguirmos nos recuperar, já precisaremos pensar em como ajudar os outros. Os problemas ambientais são comuns a todo o Brasil, logo as soluções devem ser mais amplas que os problemas locais.
Aliás, a região do Pantanal está enfrentando uma seca que pode atingir níveis críticos até o final do ano. Sabiam?
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