Santa Cruz do Sul

Reclamações sobre a água se multiplicam e fazem venda de água mineral disparar em Santa Cruz

As alterações no sabor e cheiro da água seguem chamando a atenção dos moradores de Santa Cruz do Sul. Nas últimas semanas, os relatos se multiplicaram em diferentes pontos da cidade, assim como a cobrança de providências. Em contato com os veículos da Gazeta Grupo de Comunicações, os consumidores dizem estar preocupados com a qualidade do produto que sai das torneiras. A maioria conta que precisou investir em água mineral, pois teme consequências para a saúde. Eles cobram explicações da Corsan, que é a responsável pelo abastecimento do município.

Desde que as mudanças nas características habituais começaram a ser percebidas, outra situação tem chamado a atenção da comunidade. Nos últimos dias, foi verificada uma maior demanda por atendimentos a pacientes com queixas como vômito, diarreia e desconforto gastrointestinal. Isso teria ocorrido em todas as unidades básicas de saúde e em todos os plantões (UPA Esmeralda, UPA Central, Hospitalzinho e PA do Hospital Santa Cruz).

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Em comunicados enviados à imprensa, a Corsan reforça que não há risco para os consumidores e diz que realizou ajustes no sistema de tratamento. A empresa ainda explicou que as alterações foram decorrentes do aumento da temperatura que levou à proliferação de algas no Lago Prefeito Telmo Kirst. A promessa é de que a situação volte ao normal em breve.

Nesta semana, o Ministério Público instaurou uma investigação a respeito do problema do mau cheiro, odor e sabor da água em Santa Cruz. Na Câmara de Vereadores, o assunto também repercutiu na sessão da última segunda-feira.

Procura pela água mineral aumenta nos supermercados

Nessa quarta-feira, 20, durante o feriado do Dia da Consciência Negra, a Gazeta do Sul consultou alguns dos principais estabelecimentos comerciais de gêneros alimentícios de Santa Cruz do Sul. Em três supermercados, funcionários afirmaram que a procura pela água mineral aumentou consideravelmente nas últimas duas semanas. A preferência está sendo por todos os tamanhos, desde a garrafa de 500 ml até o galão de 5 litros.

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Funcionários relataram que a reposição nas prateleiras tem sido constante desde que começaram a surgir as alterações. Em alguns lugares, nem sempre é possível encontrar a opção sem gás. Além disso, as distribuidoras de água mineral em bombonas de 20 litros têm sido bastante procuradas pelos consumidores.

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Nos bairros

A costureira Fátima Berlt, de 47 anos, moradora do Bairro Faxinal, conta que a situação começou a ser percebida há cerca de três semanas. Segundo ela, a água em sua residência tem cheiro e gosto ruins, e em alguns momentos chegou a faltar. “Preciso comprar bombonas de água para beber e cozinhar. Para tomar banho, não tem jeito, usamos a água da Corsan mesmo”, desabafa. Segundo ela, a percepção de que o problema é generalizado veio após comentários em redes sociais, especialmente nas publicações do Portal Gaz

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No Bairro Arroio Grande, a situação não é diferente. Vera Lúcia Wunder, 67, enfrenta o problema há semanas. A aposentada diz que a água em sua casa está com cheiro e gosto alterados, inadequada para o preparo de qualquer bebida, especialmente o chimarrão. Inclusive, ela e outros três parentes que vivem na casa apresentaram diarreia recentemente. “Nunca vi algo tão sério em 67 anos morando nesta casa”, lamenta. Além disso, ela destaca o impacto financeiro. “Pagamos pela água da Corsan, mas compramos água para beber e cozinhar. Quem vai nos ressarcir por esses gastos extras?”

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No Bairro Goiás, o corretor de imóveis Alfonso Lenz, 67, aponta que a água está com gosto e cheiro parecidos com mofo. Ele cobra explicações por parte da Corsan, mostrando estar revoltado com a situação. “Nem o filtro consegue resolver. Estamos comprando água mineral para beber, mas até para tomar banho o cheiro é insuportável”, afirma. A esposa de Alfonso, Laiz Lenz, 65, destaca a preocupação com o neto recém-nascido. “Dá pena dar banho nele com essa água. O cheiro fica impregnado no ambiente, é terrível”, disse ela.

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Rosa Maria Kaufmann, 64, moradora do Bairro Cohab, também aponta dificuldades. Mesmo utilizando o filtro, enfatiza o gosto ruim da água que chega em seu imóvel. Após sentir mal- estar, ela precisou parar de consumir a água que vem das torneiras. “Agora só compramos mineral, mas o cheiro da água da Corsan ainda fica na pele após o banho”, conta. Também afirma que a sua filha, que reside no Bairro Renascença, está enfrentando o mesmo problema. Rosa lamenta a falta de perspectivas de solução, diz que paga para receber a água em casa, mas a qualidade do líquido só piora.

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Lavignea Witt

Me chamo Lavignea Witt, tenho 25 anos e sou natural de Santiago, mas moro atualmente em Santa Cruz do Sul. Sou jornalista formada pela Universidade Franciscana (UFN), pós-graduada em Jornalismo Digital e repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações.

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