Os rebites ou boletas, muito utilizados por caminhoneiros e estudantes para ficarem “ligados”, são drogas sintéticas classificados como derivados anfetaminérgicos. Essas drogas atuam no Sistema Nervoso Central, estimulando-o a trabalhar em um ritmo mais acelerado. Assim, a pessoa consegue efetuar atividades, como dirigir ou estudar, por mais tempo que o normal, sem se cansar. Muitas pessoas as utilizavam para emagrecer ou evitar reganho de peso.
Dentre os efeitos observados nos usuários de rebite temos tanto alterações fisiológicas como comportamentais. Em baixas doses, a pessoa apresenta um quadro de insônia, perda de apetite, fala rápida, taquicardia e dilatação dos olhos (este efeito é prejudicial para os motoristas, pois à noite sua visão pode ficar mais ofuscada pelos faróis dos carros em direção contrária). Contudo, com o aumento da dose surgem efeitos como aumento da pressão arterial, impotência sexual, diminuição do desejo sexual (libido), distúrbios gastrintestinais, agressão, irritabilidade, síndrome de perseguição, paranoia e alucinações.
Em indivíduos que tomam frequentemente essas drogas as consequências chegam a ser extremamente graves, pois além dos problemas cardiovasculares, células do cérebro sofrem danos permanentes, causando problemas psicológicos e neurológicos irreversíveis.
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No ano de 2011 a Anvisa emitiu um atestado de incompetência de controlar a venda destes medicamentos e resolveu tirá-los do mercado, apesar de muitas evidências científicas que defendiam sua utilização. Sua principal alegação foi sobre os efeitos colaterais danosos destes medicamentos. Se fosse assim, teríamos que tirar quase todos os medicamentos de circulação. Nesta decisão unilateral e arbitrária, muitos médicos e pacientes ficaram sem opção para tratar sua obesidade.
A alternativa para os motoristas que utilizavam as anfetaminas como rebite foi migrar para a cocaína. Com suas consequências mais danosas ainda, tem contribuído para o aumento dos acidentes nas estradas. Resultado típico de um governo que acha que resolve os problemas fazendo leis esdrúxulas. Se precisar ficar acordado por algumas horas a mais, temos a opção de utilizar o modafinil. Mas não podemos abusar.
Muitos estudantes fazem uso de metilfenidato e lisdexanfetamina na busca por um melhor desempenho. As evidências são ainda controversas. Mas algumas pessoas podem ter uma melhora de seu desempenho mesmo não tendo Deficit de Atenção quando usam o medicamento durante um aumento temporário das demandas. Seria doping ou melhoramento humano? Cada caso é um caso.
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