Uma polêmica se instalou em Pantano Grande, município de 9 mil habitantes, após a Prefeitura encaminhar à Câmara de Vereadores um projeto que concede reajuste de 8% nos salários dos servidores municipais. A discussão começou porque, além dos cerca de 400 integrantes do quadro-geral da Prefeitura, o aumento seria concedido também ao prefeito Cássio Nunes Soares (PP), ao vice-prefeito e aos nove vereadores, bem como a todos os CCs do Município.
Um vereador da base governista, o ex-prefeito Luizinho Balen (PDT), protocolou emenda para retirar os agentes políticos do raio de alcance do aumento. A emenda foi aprovada, mas acabou vetada por Soares. Na próxima terça-feira, 28, o veto será votado e a tendência, como o governo não possui minoria, é de que seja derrubado. Diante disso, o prefeito já comunicou que vai ingressar com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) na Justiça.
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À coluna, Balen, que em março abriu mão de todo o seu salário de vereador para que os recursos pudessem ser destinados a ações para enfrentar o novo coronavírus, alegou que aumentar salários de políticos “não é justo” neste momento. O subsídio dos vereadores gira em torno de R$ 5 mil, enquanto o salário do prefeito chega a R$ 16,5 mil. “O momento não é próprio para isso. A pandemia está aí, a agricultura entrou em colapso com a estiagem. Podemos fazer uma economia grande se evitarmos esse aumento”, disse.
Procurado, Soares argumentou que o projeto de recomposição salarial segue os mesmos moldes de todos os anos anteriores de seus mandatos e que o Município possui “condições orçamentárias” para arcar com o aumento. Segundo ele, a mobilização na Câmara tem “movimentos políticos” e o discurso contrário ao aumento configura “populismo barato” e “demagogia”. “Na verdade, eles são contra o aumento porque não podem receber. O salário dos vereadores já está no limite do que a lei permite”, alegou.
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