Reajuste deve ficar entre 7% e 8% para nova safra de tabaco

O valor da Unidade Referencial Mutual (URM), que serve de base para o recebimento dos benefícios e pagamentos dos auxílios do Sistema Mutualista, deverá ter um índice de reajuste de 7% a 8% para a nova safra de tabaco. A proposta será discutida na assembleia geral ordinária da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) que ocorrerá neste sábado, 27, a partir das 8 horas, no auditório do Teatro do Colégio Mauá, em Santa Cruz do Sul.

O presidente da entidade, Marcílio Drescher, informou, em entrevista ao programa Estúdio Interativo da Rádio Gazeta FM 107,9 que o aumento tem como base a avaliação preliminar do custo de produção. O estudo pré-elaborado foi discutido com os associados em reuniões regionais em Santa Catarina e no Paraná.

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A URM é a moeda criada pela Afubra quando as tabelas de preços passaram a ser por empresa fumageira e não mais tabela única. Para ter um tratamento único aos associados, foi desenvolvida a unidade, que é um referencial à classe BO1, usada como base antes. Na safra 2023/2024 ela foi de R$ 21,60, com incremento de 10,03% sobre o valor da safra anterior. A URM serve de parâmetro para as contribuições do associado e também para os benefícios aos quais ele venha a ter direito.

O presidente da Afubra afirma que existe a preocupação sempre em manter uma receita que seja condizente com, no mínimo, os valores pagos com o auxílio no Sistema Mutualista. As quatro últimas safras trouxeram prejuízo e, consequentemente, esse valor foi coberto pelo fundo de reserva da Afubra. Na safra 2023/2024, a entidade fez o pagamento de R$ 216 milhões em auxílios aos associados que tiveram lavouras de tabaco atingidas por granizo.

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O valor pago este ano foi 20% superior ao da safra 2022/2023. O incremento, conforme Drescher, é reflexo de um pequeno aumento na base de associados, mas principalmente do crescimento nos registros de sinistros. Na safra anterior foram pouco mais de 20 mil atingidos, enquanto nesta última a quantidade superou 36 mil. “Felizmente os sinistros causaram um impacto menor. Na proporção aumentou muito o número, porém não cresceu tanto em valores”, explica.

As novas regras entram em vigor após a assembleia, quando também haverá a discussão da proposta de descontos para quem pagar os valores da contribuição de forma antecipada. O último mês para fazer as inscrições no Sistema Mutualista é outubro. Drescher informou que no encontro deste sábado também será discutida a proposta de alteração estatutária para definir o benefício para um período limite de plantio da safrinha de tabaco.

Mudanças estatutárias

A assembleia geral anual da Afubra deste sábado é aberta aos associados quites com a tesouraria da entidade. O encontro no Teatro do Colégio Mauá deve reunir de 600 a 800 associados, incluindo os representantes e procuradores. 

Além de definir as regras do Sistema Mutualista da próxima safra, haverá a prestação de contas do último ano. O presidente Marcílio Drescher informou que desta vez, excepcionalmente, também haverá uma assembleia geral extraordinária para tratar da alteração estatutária. 

Uma das propostas é a criação de uma comissão eleitoral a cada quatro anos, bem como outras regras, como mandato definido para os conselheiros, com um terço de renovação a cada eleição. Outra sugestão é a implantação do sistema de procuradores para as regiões mais distantes do Rio Grande do Sul, a exemplo do que existe para os associados de Santa Catarina e do Paraná.