A assinatura do protocolo com a empresa Souza Cruz estabelecendo o reajuste do preço do tabaco em 8,35% para a safra 2016/2017 sobre a tabela do ano passado é considerada de grande importância para as entidades representativas dos produtores. O acordo ocorreu logo na primeira rodada de negociações esta semana e representa 1,05 ponto percentual acima da variação do custo de produção, de 7,3%. Em anos anteriores as tratativas, na maioria das vezes, estenderam-se durante vários meses. Na safra passada, não foram formalizados os valores pagos na tabela por falta de acordo.
O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, afirma que havia preocupação. Lembra que na safra passada a oferta de fumo foi menor que a demanda, por isso os valores praticados na comercialização foram positivos para os produtores. Mas o atual ciclo é diferente, com o aumento na produção e tendência da compra não ser tão favorável durante a classificação diante do aumento na oferta. “Por isso é importante a tabela de preços, com 1,05 ponto percentual acima da variação do custo de produção, o que é bem positivo”, ressalta o dirigente. “Com isso esperamos que tenhamos uma comercialização mais tranquila”, acrescenta.
Com a assinatura do protocolo com a Souza Cruz, Werner afirma que a expectativa é de que as outras indústrias venham ao encontro dos representantes de produtores para fechar o acordo. No entanto, ressalta que não haverá acerto com preços de tabela inferiores a R$ 9,35 pelo quilo do tabaco do tipo TO2 e R$ 11,64 pelo BO1, valores oficializados entre a comissão das entidades e a Souza Cruz esta semana. “Como a Souza Cruz tem fábrica de cigarros e compra muito fumo brasileiro para abastecer mercados em outros países, existe grande expectativa de que as outras empresas vão aderir à proposta”, explica o presidente da Afubra.
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Em relação ao mercado, conforme Werner, a única variedade que está mais ajustada entre a produção e o consumo é o Burley, pois houve diminuição no cultivo por causa do receio de proibição do uso de aditivos na fabricação de cigarros. O tabaco Virgínia, em nível internacional, tem estoques, embora não muito elevados. “É só dar queda na safra entre os países maiores produtores, como Zimbabwe, Índia e China, que teremos boas perspectivas de comercialização”, explica o dirigente.
Qualidade
Com estimativa inicial de produção de 674.145 toneladas nos três estados do Sul do Brasil nesta safra, o tabaco colhido até o momento tem boa qualidade, conforme informações prestadas pelos avaliadores da Afubra. Mas o presidente Benício Werner explica que o fumo precisa da complementação durante a cura para a fixação da cor, por isso ainda é cedo para uma avaliação precisa.
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