Reportagens Especiais

Rauber e do Parque: dois bairros que se destacam por sua importância na cidade

A série A Vida no Bairro chega ao fim contando a história dos bairros Rauber e do Parque. Ao longo de dois anos, 34 comunidades foram retratadas nas páginas da Gazeta do Sul; com esses dois, chega-se ao total de 36 bairros. Os leitores puderam conferir do que a população santa-cruzense dispõe e o que precisa melhorar em cada área. Em especial, foram destacadas as pessoas que fazem Santa Cruz do Sul acontecer.

O Bairro Rauber foi criado em 1998, entre as zonas Oeste e Sul do município. Sua área está situada ao lado do Distrito Industrial e perto de grandes empresas. É formado por 578 residências e 26 estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço. A população estimada do local é de 1.266 habitantes.

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Já o Bairro do Parque, situado na região do Parque de Eventos e do Autódromo, foi criado em 2010. Ainda jovem, conta com 86 moradores e apenas um estabelecimento comercial. Todos os dados foram fornecidos pelo mapa temático produzido pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a partir do Geoprocessamento do Município, e com base no Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Comunidades pequenas, mas com grande relevância

Situado no encontro com a zona rural do município de Santa Cruz do Sul, o Bairro Rauber tem 25 anos de criação. Próximo de grandes empresas, como fumageiras, o local vem ganhando novos moradores a cada ano. Requisitos como acesso facilitado, segurança e serviços de saúde e educação são fatores importantes no momento de uma nova casa ser alugada ou construída no Rauber.

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Entre as principais estruturas voltadas à comunidade estão a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Leopoldo Rauber e a Estratégia de Saúde da Família (ESF) Rauber/Carlota. Como em todo bairro, o início da construção de uma comunidade é lento e problemas vão surgindo. São situações que precisam ser reparadas pela administração pública para que o local atraia moradores e empreendedores. Atualmente, a região, localizada a 15 minutos do centro da cidade, possui comércios variados, como no ramo de construção, farmácia, mercados, agropecuária, mecânicas e outros.

Estrutura: ruas do Bairro Rauber, como a Conselheiro Teodoro Albrecht, recebem melhorias

Próximo do Rauber situa-se o Bairro do Parque. A região não é conhecida popularmente como bairro, mas é lá que se encontram dois dos principais atrativos do município: o Parque de Eventos e o Autódromo Internacional de Santa Cruz. Todos os anos esses locais recebem milhares de visitantes, que dão um plus na economia local.  O bairro, situado em meio a uma grande zona verde, não conta com estrutura de escolas ou posto de saúde. Isso faz com que o número de moradores ainda seja pequeno e inibe o mercado imobiliário. 

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Rauber

  • Inicia-se em um ponto localizado no limite nordeste da Zona Industrial, instituída pelo Plano Diretor, paralela à Rua Victor Frederico Baumhardt e à fumageira Philip Morris Brasil. Sua extensão segue a projeção do limite leste da Zona Industrial, na Rua Professor Aloysio Boufler, até o encontro com o arroio Levis Pedroso. O limite segue em direção ao sentido do Distrito Industrial, paralelo à rodovia BR-471. A partir do Campo do Rauber, a delimitação segue no sentido norte até o ponto inicial na Rua Victor Frederico Baumhardt.

Rauber, um lugar bom de se viver

Cecilia, de Vale do Sol, mora há 40 anos no bairro

Moradora há mais de 40 anos, a aposentada Cecilia Anton, de 77 anos, viu o Bairro Rauber crescer. Ela conta que, no início, a área era uma pequena vila com apenas uma entrada, pela rodovia BR-471, onde hoje está instalada uma empresa de distribuição de medicamentos e uma sede para festas. “Não tinha quase nada aqui, apenas umas casas e um mercadinho de garagem. O lugar era rodeado por lavouras de tabaco e potreiros. Se queríamos ir ao Centro, tínhamos que ir até a rodovia”, conta Cecilia.

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Natural de Vale do Sol, ela veio para Santa Cruz aos 20 anos, na busca de uma vida melhor. “Minha família plantava fumo e eu queria um trabalho melhor. Vim para cá trabalhar como safreira. Por aqui fiquei, e o Rauber se tornou meu lar.” Cecilia avalia o bairro como tranquilo e bom de se viver. “A rua de acesso à minha casa era de chão batido; agora estão calçando. Isso é muito bom.” Viúva, ela mora sozinha, mas vive na companhia do neto e da cadela Nina. “Onde eu vou, ela vai junto.”

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Uma agropecuária diferenciada

Tatiane comanda uma agropecuária há quase 17 anos no Bairro Rauber

Há quase 17 anos, a Agropecuária Penna se destaca no Bairro Rauber pelo seu diferencial. Com foco no atendimento ao bem-estar animal, a loja de Tatiane Mânica, de 34 anos, e Maiquel Rodrigo Penna, de 39, conta com uma especialidade: a venda de pilchas autênticas. O local também vende remédios, ração, ferramentas robustas e outros produtos.

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Conforme Tatiane, a loja começou pequena e hoje a empresa está em uma sede própria. “Quem iniciou aqui foi meu esposo; hoje, eu estou administrando e conto com um funcionário.” Morador do bairro, o casal apostou no Rauber para abrir o negócio. “Não queremos sair daqui. Fixamos raízes! Hoje, vendemos produtos para outros estados, como Paraná e São Paulo, para fazendas conceituadas”, ressalta Tatiane. A empresa atende clientes de toda a região. O fácil acesso e a qualidade dos produtos são fatores determinantes para manter a loja onde ela está hoje. “A gente conhece os vizinhos e os clientes, isso nos motiva a ficar aqui”, afirma a empresária.

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Do Parque

  • Conforme o Plano Diretor, o bairro inicia-se na margem leste do Arroio Levis Pedroso, ao sul do Arroio das Pedras e a oeste da ERS-412, seguindo por essa margem, no sentido norte, em linha irregular, até encontrar um ponto na confluência do Levis Pedroso com o Arroio das Pedras, de onde segue, pela margem leste no sentido norte, até encontrar um ponto na confluência do Levis Pedroso com um arroio sem denominação.
    A delimitação segue no alinhamento sudoeste até a proximidade dos fundos da metalúrgica Mor. Segue no sentido sudeste e após noroeste, sempre acompanhando o limite da zona Industrial, até encontrar um ponto no limite leste do anel de Proteção do Parque de Eventos, de onde segue, no sentido sul, até a proximidade com a faixa de domínio da ERS-412. A partir daí, a delimitação continua até encontrar um ponto no limite da zona urbana, até atingir o ponto inicial.

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Da pista de corrida à pista de rodeio

Com apenas 13 anos desde a fundação, o Bairro do Parque tem a responsabilidade de receber os principais pilotos de corrida, como em provas de Fórmula Truck, Stock Car, Império Endurance e outros no Autódromo Internacional, inaugurado em 2005. A estrutura de corridas possui 3,5 mil metros de extensão e é considerada pelos pilotos uma das mais importantes do Brasil. São 14 curvas de baixa, média e altíssima velocidade. O trajeto reto da pista tem 750 metros. 

Com apenas 13 anos desde sua fundação, o Bairro do Parque tem a responsabilidade de receber os principais pilotos de corrida, como em provas de Fórmula Truck, Stock Car, Império Endurance e outros no Autódromo Internacional, inaugurado em 2005

A poucos metros da pista de corrida está localizada a pista de rodeios, no Parque de Eventos. Inaugurado em 2003, o local fica a nove quilômetros do centro da cidade e é uma das principais estruturas do tradicionalismo no Estado. Abrange uma área de 20 hectares e conta com um galpão crioulo que sedia eventos como shows nativistas. Neste ano, o lugar foi palco da 33ª Festa Campeira do Rio Grande do Sul (Fecars).

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A estrutura de rodeios atrai inúmeros visitantes e amantes do tradicionalismo gaúcho. Para melhorar a experiência do visitante, uma arquibancada coberta de 50 metros de comprimento e 13 de altura está sendo construída para acomodar até 400 pessoas. O projeto foi elaborado pela Secretaria Municipal de Planejamento e Governança. A obra está orçada em R$ 1.684.976,40, com pouco mais de R$ 1 milhão oriundos do Programa Avançar, do governo do Estado, e o restante com recursos da Prefeitura. A estrutura já está quase finalizada, com cobertura e grades de proteção. A previsão de entrega da obra é fevereiro de 2024.

Melhorias: arquibancada coberta no Parque de Eventos está sendo construída, com projeção para acomodar até 400 pessoas

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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