Durante a 2ª Guerra Mundial, Santa Cruz quase teve seu nome trocado para Itororó (pequena cachoeira), Petituba (muito tabaco) ou Andrade Neves (o Barão do Triunfo). A história está no livro Um homem de fibra, homenagem do jornalista Guido Kuhn ao fundador da Gazeta do Sul, Francisco J. Frantz. Ambos são falecidos.
O nome Santa Cruz – sem o do Sul – vem desde 1849. Já durante o Estado Novo, decreto do presidente Vargas determinou a eliminação da duplicidade de nomes nos municípios. Por sermos mais jovem que outras localidades, perderíamos nossa denominação original.
A Capital do Tabaco, nos anos 40, tinha fama de ser simpática à Alemanha (inimiga dos Aliados na guerra). O interventor e prefeito Dario Barbosa comungava deste pensamento e, junto com “CCs” do antigo Instituto de Geografia e História, viu no decreto a chance de dar “uma lição nos nazistas santa-cruzenses”.
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Em conversa informal com um amigo, o advogado santa-cruzense Arthur Fett (pai da escritora Lya Luft), soube do plano para alterar o nome. Ele logo levou o caso ao jornalista Francisco Frantz, que era secretário da Associação do Comércio e Indústria (hoje ACI).
Como a cidade estava sem jornal, a antiga ACI assumia as brigas comunitárias. Ela repudiou a ideia e Frantz procurou o prefeito. Dario confirmou a mudança e adiantou que o novo nome sairia de uma pesquisa entre seus amigos.
O jornalista ponderou que o acréscimo da expressão “do Sul” resolveria a questão da duplicidade, mas o interventor rejeitou. Disse que Santa Cruz era muito identificado com a Alemanha e que a troca por um nome “bem brasileiro” seria positiva.
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Frantz e Fett então enviaram telegrama a Osman Plaisant, diretor do Departamento de Geografia e História, relatando a contrariedade da população. E sugeriram o nome de Santa Cruz do Sul.
Dias depois, ele respondeu que a sugestão fora aceita. Em janeiro de 1945, o município passou a chamar-se Santa Cruz do Sul. Dario não gostou da intromissão, mas acabou assimilando a “rasteira” que sofreu.
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