Semana passada, trouxemos um resumo da chegada dos imigrantes alemães Rudolf e Anna (Weise) Gressler ao porto de Rio Pardo e a viagem em carretas até a gleba que receberam em Rio Pardinho. As memórias estão em uma carta que enviaram a familiares que ficaram na Alemanha.
A descida em Rio Pardo foi em 13 de novembro de 1852. Na véspera do Natal, chegaram em Rio Pardinho, no meio do mato. Contam que cada imigrante arranja sua morada e logo constrói um forno, para assar pão.
O relato: “Estamos, graças a Deus, saudáveis e bem. No início o clima é inconveniente e provoca desarranjos. Mas depois passa.
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Aqui tudo é caro, mas o gado, que é tangido para o campo, é barato. A carne de boi é o mais barato que se pode comer. A carne de porco, o toucinho e a banha custam caro.
Rudolf Gressler
Os mosquitos são uma praga, principalmente nos meses de verão. A caça e a pesca têm bom rendimento, com pouco esforço. Animais de pena há em massa. Papagaios e pombos selvagens já abatemos muitos a tiro e comemos. Também há galinhas grandes da floresta, galinhas de angola, perdizes e patos.
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Macacos têm aqui em massa. Eles fazem muito barulho no mato. Existem duas espécies, pequenos pretos e grandes vermelhos. Já abatemos alguns. Eles são comidos por brasileiros e alemães e a carne é excelente.
Há uma infinidade inacreditável de pássaros pequenos, do tamanho de cotovias, melros e sabiás. Ainda tem belos beija-flores, borboletas e besouros, de rara beleza.
Os colonos estão bem e não querem mais voltar. Só no primeiro ano é difícil. Aconselhamos quem vier para cá a trazer uma mulher junto. Aqui na colônia há poucas ou nenhuma mulher solteira.”
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Fonte: Os Velhos Gressler(Paulo Gressler/1949)
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