O rapto de um menino de 10 anos, em 13 de fevereiro de 1963, causou comoção em Santa Cruz do Sul e região. A localização da criança e a prisão do responsável foram documentadas pela Gazeta do Sul, que acompanhou o caso com os repórteres Lúcio Michel, Rony Forster e Alcides Bertuol (fotógrafo).
O sumiço de José Aloysio Barchet ocorreu na localidade de Três Vendas (hoje interior de Cerro Branco). Quem levou a criança foi o peão Antônio Marques de Oliveira, de 36 anos, que trabalhava há oito meses na propriedade dos pais José Vitor e Carmem Barchet.
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O sequestrador sempre comentava que um dia roubaria um dos seis filhos do casal. Mas os Barchet achavam que tudo era brincadeira. Quando foi preso dez dias após o rapto, Oliveira contou que tirou o menino de casa quando todos dormiam. Sob ameaças de morte, obrigou-o a acompanhá-lo.
Naquela mesma noite, caminharam até a localidade de Botucaraí, onde dormiram no mato. No dia seguinte, foram de ônibus a Candelária. De lá, seguiram por estradas do interior, quase sempre a pé. Oliveira pretendia levar o menino a São Borja, onde tinha familiares, e criá-lo como filho.
A polícia da região se mobilizou para resolver o caso. Uma informação dava conta de que Oliveira teria trazido o garoto a Santa Cruz, onde teria parentes. O pai da criança e o policial Renato Pivetta vieram à cidade e procuraram a Gazeta em busca de ajuda. Quando o caso foi noticiado, houve muita comoção e algumas pistas começaram a surgir.
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No dia 22, um agricultor de Passa Sete (então Sobradinho) informou à polícia que havia visto a dupla na estrada. Policiais saíram a campo e localizaram o sequestrador e a vítima no Arroio Lajeado do Sapo (divisa de Santa Cruz e Soledade naquela época), a 200 quilômetros de onde ocorreu o rapto.
José Aloysio estava magro, assustado e com os pés muito machucados. No hospital de Cachoeira, foi constatado que não havia sofrido violência física. Ele contou que, onde paravam para pedir comida ou água, era obrigado a chamar Oliveira de pai. No dia seguinte à localização, o menino voltou ao convívio da família e o raptor ficou preso em Cachoeira.
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Pesquisa: Gazeta do Sul
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