Apesar da vitória do Internacional por 2 a 0 do Caxias ter sido construída no segundo tempo, o técnico Miguel Ángel Ramírez preferiu a atuação da equipe no primeiro tempo. O treinador elogiou a produção ofensiva da etapa inicial e ponderou em relação aos contra-ataques sofridos na etapa final, quando os jogadores demonstraram certo cansaço.

“Seguro que o primeiro tempo foi o que mais me agradou pelo que criamos e como criamos. Tivemos muitas chances de gol e demos quase nenhuma. Isso me fala sobre controle e como você está mais perto do gol, de ganhar. Apesar dos gols no segundo tempo, concedemos muitas chances”, disse.

Ramírez já vê uma evolução do grupo em assimilar a ideia e apresentá-la em campo, embora tenha reiterado o incômodo com os erros do segundo tempo. “Três jogos comandando o Inter, um de fora. Creio que tudo sai de maneira mais natural, não tão forçado como na primeira partida. Entendo que (os jogadores) têm clara a necessidade de ter o controle. O que faltou sobretudo no segundo tempo. Depois do gol, tivemos demasiados contra-ataques, errando passes. No primeiro tempo, seguramente, o conceito mais perto do que queremos e de forma mais natural”, destacou.

Com Guerrero, Yuri Alberto, Thiago Galhardo e Abel Hernández no elenco, Ramírez já admitiu a possibilidade de utilizar dois centroavantes na formação inicial. “Tenho quatro atacantes e qualquer um pode ser titular. Isso não é um problema bom, é ruim, porque é difícil que só um jogue. Vai depender do rival e de como se vê a partida para que joguemos com dois centroavantes. Não decidimos o 4-3-3 imutável. É o rival que vai nos indicar os caminhos, espaços e sistema. O sistema é algo vivo para nós”, revelou.

Com as duas assistências para gol, Maurício recebeu elogios do treinador após a atuação destacada no Beira-Rio. “Maurício é um craque, é top. E vai ser top. Me parece um jogador com condições incríveis, muito boas. Para mim, é mais de meio do que de ponta. Inclusive antes da troca estávamos vendo se saía Praxedes ou Patrick. Ele nos ajudou primeiro por fora, mas sabíamos que terminaria por dentro. Dá muita profundidade, tem muito bom controle de bola e finalização. Tem condições incríveis. Se seguir treinando como treina, vai ser um jogador superimportante para o Inter”, avaliou.

O comandante ressaltou a polivalência do chileno Carlos Palacios, que pode atuar em todas as posições de ataque com desenvoltura. “Carlos Palacios é um menino com muito potencial. Pode jogar em todas posições do ataque. Ponta, centroavante, meia. Tem um mano a mano indefensável, mas é preciso orientá-lo, porque vem de uma equipe onde faz tudo. Ele que constrói, ele que cruza e ele que finaliza. Aqui é uma equipe grande com grandes jogadores e ele vai precisar entender que terá uma função determinada”, pontuou.

Sobre as mudanças nas escalações, Ramírez enfatizou que deseja ver todos em nível de competitividade. “Creio que tudo está saindo mais naturalmente. Menos forçado do que na primeira partida. Os jogadores vão entendendo a necessidade de ter a posse de bola. O primeiro tempo, na verdade, de tudo que já fizemos até agora, certamente foram os minutos com os conceitos mais próximos do que queremos e mais naturalmente. Queremos aproveitar o Gauchão para ver todos em competitividade. Os jogadores não te dão a mesma informação em treino e em competição, e é bom vê-los competir. Claro que em uma formação o mais competente possível, porque também queremos ganhar”, assegurou.