O duo Ramal 314, formado pelos irmãos Roberto e Ricardo Pohlmann, está lançando seu disco de estreia neste mês. O disco homônimo reúne composições desde o início do projeto, em 2015, até os dias atuais. Em seis canções embaladas por ritmos latino-americanos, eles convidam a pensar sobre a vida, a infância, a ansiedade e a poesia cotidiana. O trabalho também carrega um tom nostálgico, que relembra tempos mais felizes, além da esperança de um futuro melhor pós-pandemia.
Naturais de Sobradinho e radicados em Santa Cruz do Sul, os artistas criaram na Ramal 314 não só um projeto musical, mas também audiovisual, com vários clipes e show gravado. “A Ramal 314 é, antes de tudo, um projeto construído a muitas mãos e ideias. Apesar de ter Ricardo e eu à frente, ele se sustenta junto de outras pessoas igualmente importantes”, explica o músico Roberto Kittel Pohlmann.
O projeto foi viabilizado pela Lei Aldir Blanc e reuniu diversos profissionais, como a fotógrafa Paola Salles, o designer Josué Pereira, os músicos Diego Maracci e Alison Knak, além da produtora de vídeos Supernova Filmes e do Estúdio Boca de Sons.
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As gravações ocorreram durante a pandemia, seguindo todos os cuidados necessários. “Todas as etapas primaram pelos protocolos de saúde vigentes. Por exemplo, a gravação do disco foi feita com músicos em separado e as seções de foto contaram apenas com o duo e a fotógrafa. Além disso, sempre que possível primou-se por trabalho remoto”, conta Ricardo Pohlmann.
O disco foi lançado nesta sexta-feira, 9, nas plataformas digitais, e o show e os clipes serão disponibilizados até o fim do mês. As canções estarão disponíveis gratuitamente online. É possível acompanhar o trabalho do duo através das redes sociais pelo Facebook ou pelo Instagram.
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A composição
O título do projeto, Ramal 314, faz alusão ao endereço onde as músicas foram criadas entre 2015 e 2020: o apartamento da mãe dos músicos, Marinês, no Bairro Schulz. “Foi ali, junto de nossa família, que as canções, em sua maioria, foram compostas. Quase sempre o processo inicia com a poesia do Ricardo seguida da composição da música, por mim”, relata Roberto.
A ideia do disco foi cronológica, com abertura com a música Centro-Serra, que se refere ao local de nascimento dos artistas. A faixa 2, Habitus, remete aos tempos escolares vividos na Escola Polivalente, em Santa Cruz do Sul, e Depois do 18 faz menção à entrada na vida adulta e seus desafios.
“Rodoviária, faixa 4, foi feita a partir dos traslados que fazia para trabalhar. Já Bokeh é um retrato da Santa Cruz atual e sua mudança de ritmo, de tempo. Terminamos o disco com Autopoiese, um termo desenvolvido pelos biólogos Francisco Varela e Humberto Maturana, que diz respeito a essa capacidade humana de reinventar-se. Creio que o ouvinte, mesmo que não tenha vivido as nossas experiências, poderá se encontrar nas canções”, diz o músico.
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