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Racismo eleva índices de doenças entre negros no Estado

O racismo é apontado como uma das causas de elevação do índice de doenças e morbidade entre negros no Rio Grande do Sul. O dado faz parte de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), apresentada em um seminário de formação em Santa Cruz do Sul. O município entrou no radar da pesquisa por atuar na Política Nacional de Saúde Integral da População Negra desde 2014. Na tarde dessa quinta-feira, 21, no auditório da Associação de Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp), o trabalho foi explanado para profissionais da saúde do município.

Conforme a pesquisadora Jéssyca da Rosa Santos, crendices carregadas de preconceito são fatores que ainda interferem na criação de mecanismos para o tratamento de negros. “Acredita-se que as mulheres negras toleram mais a dor, que são boas parideiras. Por conta disso, existem registros até de diferenciação na dosagem de anestesia, durante os partos”, revelou.

De acordo com Jéssyca, que é mestranda em Psicologia Social da Ufrgs, índices de contaminação por HIV e tuberculose são altos entre os negros no Estado. “É a falta de acesso aos serviços, assim como a ausência de informação. É preciso combater o racismo institucional e estrutural, para então melhorarmos as políticas públicas de saúde para a população negra”, reforçou.

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O mapa da saúde negra no Estado considera dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do sistema de informações do Sistema Único de Saúde (SUS), o Datasus. O relatório apresentou um diagnóstico estadual, e a partir dele, ações serão desenvolvidas em 20 municípios.

Em Santa Cruz do Sul, o trabalho começa pela própria atualização do cadastro da Secretaria Municipal de Saúde. Os números de 2010 revelam que o contingente de negros no município, à época, era de 6 mil pessoas. “Faltava para nossa gestão um pouco mais de conhecimento sobre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Estamos tendo a oportunidade de ampliar esse conhecimento agora”, afirmou a diretora de Ações e Programas da Secretaria Municipal de Saúde, Clarissa Gohlke.

Participaram da oficina, no auditório da Assemp, profissionais da rede de atenção básica em saúde no Município. Além da pesquisadora Jéssyca, Luana Ramalho Martins, que também é mestranda da Ufrgs, e o médico residente McArthur Alexander Barrow, de Barbados, no Caribe, participaram do encontro com profissionais da saúde em Santa Cruz.

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