Após mais de duas horas de reunião, a bancada de deputados federais do PT ainda não fechou posição favorável aos projetos de ajuste fiscal propostos pelo governo Dilma Rousseff, pacote que deve passar pelo seu teste de fogo nesta terça-feira, 5, no plenário da Câmara. O encontro a portas fechadas contou com a presença com ministro Ricardo Berzoini (Comunicações), que integra a coordenação política de Dilma, e do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Apesar de apelos dos governistas, entre eles o de que uma oposição da bancada do PT seria mortal para o ajuste, os deputados petistas se dividiram sobre as medidas que restringem direitos trabalhistas e previdenciários. A reunião foi suspensa pouco antes das 15 horas e será retomada no final da tarde.
Na noite desta terça, 5, o plenário da Câmara deve iniciar a votação da medida provisória 665, que tem como ponto principal o aumento do período de trabalho para que a pessoa que for demitida peça pela primeira vez o seguro-desemprego. Hoje ela precisa ter trabalhado pelo menos seis meses. O governo propôs a ampliação para 18 meses, mas o projeto já foi flexibilizado na comissão mista que analisou a MP (passo anterior à votação no plenário) – ficando em 12 meses.
A posição do PT é crucial no andamento do pacote no Congresso. O PMDB anunciou que só apoiará as medidas caso o PT o faça. “Vamos ver se o PT vai para a base. O PMDB seguirá o que o PT definir”, ironizou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Temos convicção de que o país precisa de um ajuste fiscal. Esperamos que o PT tenha essa convicção. Se não tiver, obviamente nossa convicção será abalada”, reforçou o líder da bancada do PMDB, Leonardo Picciani (RJ).
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O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, também foi à reunião do PT e manifestou posição contrária ao pacote de Dilma. “Não podemos ajustar contas do governo em cima dos direitos dos trabalhadores, a posição da CUT é contrária”, afirmou Vagner, que é filiado ao PT.
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