Após quase dois anos desativado, o Quiosque da Praça Getúlio Vargas, em Santa Cruz do Sul, pode estar próximo da reabertura. Com a reforma geral da estrutura em andamento e conclusão prevista para março, a Secretaria de Planejamento e Orçamento tem expectativa de que o tradicional estabelecimento reabra suas portas ao público ainda no primeiro semestre deste ano. A licitação para concessão será lançada em fevereiro e vai permitir a exploração de atividades gastronômicas, culturais, turísticas e/ou de entretenimento.
O Quiosque foi fechado em abril de 2022, após a Prefeitura ajuizar uma ação de reintegração de posse do imóvel devido às dívidas de aluguel do então concessionário. A primeira tentativa de conceder novamente o espaço previa que o vencedor teria responsabilidade de reformar o imóvel e também manter os banheiros localizados nos fundos, com aluguel mínimo de R$ 7 mil. A licitação, no entanto, não teve interessados. A a Prefeitura decidiu realizar a reforma com recursos públicos para depois abrir um novo processo licitatório. Os reparos estão orçados em cerca de R$ 700 mil.
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Conforme a titular da pasta de Planejamento e Orçamento, Karianne Pacheco, o Município recebeu o Quiosque em uma situação muito precária, com avarias gerais no encanamento, na fiação elétrica, elevadores, pisos, forros e outros. Os danos eram tão extensos que o Município chegou a pedir a avaliação de engenheiros, cujo laudo apontou infiltrações e necessidade de manutenções no piso e no telhado. “Realmente estava muito deteriorado. Então, optamos por fazer essa reforma e entregar pronto, mesmo sabendo que o novo concessionário provavelmente vai fazer adequações”, afirma a secretária.
As melhorias incluem pintura externa e interna, troca do piso do primeiro andar, troca dos forros, manutenção das instalações hidrossanitárias e elétricas, conserto dos elevadores social e de carga, tratamento das infiltrações, conserto do telhado e calhas e adequações para obtenção do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI).
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Pelo ritmo dos trabalhos, Karianne acredita que o restauro estará concluído até março e, se houver vencedor da licitação, o Quiosque poderá voltar a atender a comunidade santa-cruzense ainda neste primeiro semestre. A licitação vai ser lançada no dia 2 de fevereiro e prevê a concessão por 20 anos, a contar da data de assinatura do contrato, com opção de prorrogação por mais uma década.
Serão aceitas propostas com valor igual ou superior a R$ 18 mil mensais. A melhor proposta será considerada vencedora, e a ocupação do espaço só poderá ocorrer após a assinatura do contrato e laudo de vistoria expedido pelo Município. O concessionário será responsável pela segurança e vigilância da área abrangida pela concessão, que inclui ainda a sorveteria, e demais obrigações previstas.
Ainda de acordo com a secretária Karianne Pacheco, a expectativa é boa quanto ao sucesso da nova tentativa. O valor mínimo de R$ 18 mil foi alcançado após uma avaliação do imóvel e da localização. “Temos recebido pedidos de informações de pessoas interessadas e algumas, que são de outras cidades, até vieram aqui conhecer e ver de perto como é o prédio”, adianta.
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Ela lembra ainda que a licitação para a revitalização do calçadão da Rua Marechal Floriano, entre as ruas 28 de Setembro e Ramiro Barcelos, também está em vias de ser lançada. Então, a tendência é que essa parte do Centro ganhe mais movimentação de pessoas, assim como ocorreu nas demais quadras onde a reforma já foi concluída. “A nossa expectativa é reabrir o Quiosque, que é um ponto tão tradicional e querido pelos santa-cruzenses e também pelas pessoas que vêm visitar a cidade.”
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Toda a tradição do Quiosque não foi conquistada por acaso ou em pouco tempo, mas em mais de um século. O primeiro estabelecimento foi inaugurado em 1922, na então Praça 15 de Novembro (hoje Praça Getúlio Vargas), e se chamava Quiosque da Praça 15. Diferentemente do atual, que fica na esquina das ruas Marechal Floriano e Júlio de Castilhos, a antiga estrutura ficava bem no centro da praça, onde hoje existe o chafariz. Em 1950, a Gazeta do Sul fez uma reportagem e levantou informações curiosas sobre o local.
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Os primeiros administradores foram Virgilio Schuck, Oswaldo Fetter e Ambrosio Bohnenberger, mas outras pessoas passaram pela administração ao longo dos anos. A antiga edificação era feita de tijolos à vista e tinha dois pisos, com muitas mesas na área externa, todas protegidas do sol pelos plátanos no entorno naquela época.
O bar e restaurante era praticamente a sala de visitas da cidade. “Conhecê-lo era como conhecer Santa Cruz, e conhecer a cidade significava conhecer o Quiosque”, diz um trecho da matéria. A transferência da parte central para a esquina ocorreu na década de 1940, quando a praça foi remodelada, e permanece lá até os dias atuais. Ao longo dos anos, muitos foram os concessionários responsáveis pela exploração comercial do ponto. O último foi Erni Dockhorn, que administrou o Quiosque entre 2004 e 2022.
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