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PONTO TRADICIONAL

Quiosque da Praça fecha as portas em Santa Cruz

Foto: Alencar da Rosa

Um dos pontos mais tradicionais de Santa Cruz do Sul, o restaurante Quiosque da Praça fechou as portas. A partir de uma ação ajuizada em setembro pela Prefeitura, que é a proprietária do prédio na Praça Getúlio Vargas, a Justiça autorizou a reintegração de posse do imóvel, devido a dívidas de aluguel. O Palacinho pretende agora lançar licitação para definir um novo administrador para o estabelecimento.

Assinado em novembro de 2004, durante o governo Sérgio Moraes, o contrato de concessão com a empresa Restaurante Quiosque da Praça e Choperia Biergarten tinha prazo de 20 anos. Na ação, o governo alegou que desde junho de 2017 a empresa não vem pagando aluguel ao Município, o que gerou um passivo superior a R$ 1 milhão. Em março de 2019, ainda durante a gestão Telmo Kirst, o governo entrou com ação para cobrar os valores que estavam atrasados, mas nem a dívida foi quitada e tampouco os pagamentos foram regularizados. Naquele ano, o local chegou a ficar fechado por algumas semanas, sob alegação de necessidade de manutenção no prédio.

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Em junho do ano passado, após instaurar um procedimento administrativo, a Prefeitura deu prazo de 60 dias para a desocupação do prédio, o que não aconteceu. Com isso, o Palacinho acionou novamente a Justiça. Após o pedido de liminar para reintegração de posse ser negado em primeira instância, o Tribunal de Justiça, em Porto Alegre, reformou a decisão. Embora o mandado tenha sido cumprido em dezembro, o restaurante fechou as portas apenas no fim da semana passada. Até esta segunda-feira, 11, apenas a sorveteria estava funcionando.

Procurada, a Prefeitura informou que está “negociando com o concessionário a retirada dos móveis e utensílios”. O governo também alegou que um edital deve ser lançado em breve para selecionar um novo projeto para o estabelecimento. Em julho do ano passado, durante um evento promovido pela Associação Comercial e Industrial (ACI), a prefeita Helena Hermany (Progressistas) chegou a cogitar colocar o prédio à venda.

“Não dava mais para aguentar os custos”

Após a assinatura do contrato de concessão, o prédio do Quiosque passou por ampla reforma e o restaurante tornou-se um dos mais modernos do Estado quando reabriu, em 2005. Com atendimento desde o café da manhã até o jantar, chegou a ter mais de 60 funcionários. Quando a ação de reintegração de posse foi ajuizada, o valor do aluguel estava em R$ 13,9 mil e, nos últimos tempos, contava com cerca de oito colaboradores efetivos, além de diaristas.

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À Gazeta do Sul, o proprietário Erni Dockhorn disse que a pandemia agravou a situação do negócio. “As dificuldades começaram antes, mas o que realmente afetou foi a pandemia. Não dava mais para aguentar os custos, que se tornaram muito altos e não tem como repassar para os clientes”, disse. Dockhorn lamentou o encerramento do projeto lançado em 2005, que chamou de “audacioso”. “Era uma ideia inovadora e que ajudou a mudar Santa Cruz, a melhorar os restaurantes e bares. Apesar das dificuldades, valeu a pena”, afirmou ele, que também atua no setor de tabaco. Segundo Dockhorn, o prédio será desocupado “o mais rápido possível”.

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