Ao todo, 57 pessoas foram indicadas para prestar depoimento às comissões que vão conduzir o processo de cassação dos mandatos dos vereadores Elo Schneiders (Solidariedade) e Alceu Crestani (PSDB). A lista de testemunhas inclui políticos, servidores e ex-servidores da Câmara e da Prefeitura, eleitores e empresários.
A abertura dos procedimentos foi autorizada pelo plenário da Câmara na quarta-feira, 26, a partir de denúncias de quebra de decoro parlamentar. Os vereadores respondem a ações ajuizadas pelo Ministério Público por supostos esquemas de rachadinha – ou seja, captação de salários de assessores. As acusações incluem ainda a manutenção de um “assessor-fantasma” no gabinete de Crestani e um esquema de prestação de serviços e entregas de materiais de forma irregular, comandado por Schneiders na Secretaria Municipal de Agricultura.
A fase de instrução dos processos – quando são ouvidas as testemunhas – começará após uma etapa preliminar, que consiste na notificação dos vereadores, apresentação de defesa prévia e a elaboração de um parecer pela comissão opinando pelo prosseguimento ou arquivamento das denúncias. No caso de Crestani, 17 testemunhas foram indicadas. Já no processo de Schneiders, foram 41.
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O ex-vereador Paulo Lersch, preso desde junho do ano passado e condenado em primeira instância por rachadinha, foi arrolado nos dois processos. Em depoimento ao MP, ele afirmou que os dois colegas exigiam salário de assessores.
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Também estão listados o ex-assessor Cornélio Meyer, que foi quem denunciou Crestani ao MP, e três ex-assessores de Schneiders, os quais confirmaram que entregavam parcelas de seus vencimentos ao vereador. Os vereadores, que também vão depor às comissões, ainda poderão arrolar outras dez testemunhas cada um. Os depoimentos serão abertos ao público.
Pelo Regimento Interno, os processos precisam ser concluídos em até 90 dias após a notificação. Isso significa que os vereadores terão seu futuro definido até o início de junho. Enquanto isso, eles seguirão exercendo os mandatos. A composição das comissões foi definida por sorteio nessa segunda-feira. Os presidentes serão Zé Abreu (no caso de Crestani) e Gerson Trevisan (no caso de Schneiders).
As testemunhas
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Caso Alceu Crestani
Cornélio Meyer
Quem é: ex-assessor da Câmara.
O envolvimento: afirmou ao Ministério Público que era obrigado a repassar parte do salário a Crestani.
Paulo Lersch
Quem é: ex-vereador, preso desde o dia 5 de junho
O envolvimento: afirmou, em depoimento ao Ministério Público, que Crestani exigia salário de servidores.
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Taiana Fetzner Camargo Dall Ongaro
Quem é: assessora de Crestani.
O envolvimento: segundo Paulo Lersch, seria obrigada a repassar parte do salário para Crestani.
Djorne André Storch
Quem é: assessor de Crestani.
O envolvimento: segundo Paulo Lersch, seria obrigado a repassar parte do salário a Crestani.
Fabricio Olavo Hauth
Quem é: ex-assessor de Crestani.
O envolvimento: segundo Paulo Lersch, seria obrigado a repassar parte do salário a Crestani.
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Quem mais
Vereador Gerson Trevisan (PSDB).
Dois assessores da Câmara de Vereadores.
Quatro servidores da Prefeitura de Santa Cruz do Sul.
Irmã de um assessor de Crestani.
Proprietário de um terreno vendido para um assessor da Câmara.
Filha de Crestani.
Cunhada de ex-assessor de Crestani.
Oficial do Ministério Público.
Caso Elo Schneiders
Juliane Ertel e Luciani Faust
Quem são: ex-assessoras da Câmara.
O envolvimento: segundo a denúncia, foram obrigadas a repassar parcelas dos salários ao vereador.
Elton Peiter
Quem é: ex-subprefeito de Boa Vista.
O envolvimento: indicado por Schneiders para o cargo, teria sido, segundo a denúncia, obrigado a repassar parcelas dos salários ao vereador.
Paulo Lersch
Quem é: ex-vereador, preso desde o dia 5 de junho.
O envolvimento: afirmou, em depoimento ao Ministério Público, que Schneiders exigia salário de servidores.
Lisane Hilbig
Quem é: servidora da subprefeitura de Boa Vista.
O envolvimento: segundo a denúncia, intermediou pagamentos de parcelas de salários de servidores indicados por Schneiders.
Mauri Frantz
Quem é: subprefeito de Monte Alverne.
O envolvimento: segundo a denúncia, teria sido beneficiado pelo esquema de prestação de serviços e entregas de materiais irregulares comandado por Schneiders.
Gilmar Schuster
Quem é: motorista da Secretaria de Agricultura.
O envolvimento: em depoimento ao MP, confirmou ter feito transporte informal de materiais por ordem de Schneiders.
Quem mais
Nove eleitores que teriam sido beneficiados pelo esquema de serviços e materiais.
Treze servidores da Prefeitura.
Três empresários do comércio de materiais de construção.
Vereadores Solange Finger (Solidariedade) e Hildo Ney Caspary (PP).
Marido de ex-assessora de Elo Schneiders.
Três assessores e três ex-assessores da Câmara.
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