Uma residência de alvenaria com arame farpado nos muros, videomonitoramento para observar a chegada das forças de segurança e até um portão de ferro maciço eletrificado, para conter o avanço da polícia, seria a base do tráfico de drogas naquele que é considerado um dos principais bairros de Rio Pardo – o Parque São Jorge.
Ao longo dos últimos meses, a intensa atividade ilícita no local, que fica na esquina da Rua do Bosque com a México, tem levado a Brigada Militar e a Polícia Civil a realizar prisões e apreensões de drogas, de dinheiro e de outros objetos de origem ilícita. Os elementos obtidos ao longo dos últimos meses, em uma investigação liderada pelo delegado Anderson Faturi, possibilitaram a identificação de dois irmãos como os líderes da “fortaleza” – como o ponto de drogas é chamado.
Conhecidos como os irmãos Massulo, Diogo, de 29 anos, e Iago, de 25, foram alvos, na manhã de 14 de fevereiro, de mandados de prisão solicitados pela Delegacia de Polícia de Rio Pardo e autorizados pelo Poder Judiciário. Na ação, que contou com o apoio de agentes da 1ª e da 2ª DP de Santa Cruz do Sul, foram cumpridos mandados no ponto de tráfico no São Jorge e em uma propriedade do distrito de Pederneiras.
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Na “fortaleza” foram apreendidos 64 pedras de crack, R$ 528,00 em dinheiro, um sistema de videomonitoramento e pinos usados para embalagem de entorpecentes, além do portão de ferro eletrificado. Os irmãos, no entanto, não foram localizados. Os mandados de prisão preventiva por tráfico de drogas contra os Massulo foram expedidos no dia 11 de fevereiro, assinados pela juíza Magali Wickert de Oliveira, do Fórum de Rio Pardo.
Constam como pendentes de cumprimento no sistema aberto do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Atualmente, Diogo e Iago são considerados foragidos da Justiça. “Essa é uma investigação que iniciamos há um bom tempo, em decorrência da Operação Faxina, de 2018. Na ocasião, indiciamos eles como integrantes de um bando que comercializava drogas para um indivíduo apelidado como ‘Primo’, que hoje encontra-se preso”, relata o delegado Faturi.
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“Aquela quadrilha foi desmantelada e esses dois irmãos foragidos foram indiciados, mas não condenados. Desde então, permanecemos monitorando seus movimentos e, ao longo dos últimos tempos, temos pelo menos 35 ocorrências policiais envolvendo o tráfico naquela boca de fumo que é dos dois”, afirma.
Segundo o responsável pela DP de Rio Pardo, a dupla possui antecedentes por tráfico e outros delitos, como porte ilegal de arma de fogo, ameaça e lesão corporal. Ainda conforme o delegado, na atual investigação foram apurados elementos “bastante contundentes” a respeito da responsabilidade dos irmãos Massulo pelo ponto denominado como “fortaleza”.
“Essa boca de venda é deles. É um local que funciona há muitos anos e, nos últimos tempos, foi sendo fortificado. Tanto que agora estava com uma porta de ferro energizada para evitar a ação da polícia”, ressalta Faturi.
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Conforme o delegado Anderson Faturi, ao longo dos dias seguintes à última operação os dois irmãos foram procurados em possíveis locais onde poderiam estar escondidos. No entanto, não foram localizados. “O advogado deles nos procurou e questionou o motivo dos mandados de prisão. Nós informamos e foi solicitado que os dois se entregassem para responder pelos fatos perante a Justiça. Entretanto, ele nos afirmou que não iriam se entregar, e eles passaram à condição de foragidos”, relata.
Segundo Faturi, a partir de agora, com os mandados abertos publicamente, qualquer órgão policial que os encontrar no território brasileiro deve cumprir as prisões. Setores de Inteligência da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), além da Polícia Civil, já estão cientes.
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“Quem obtiver qualquer informação a respeito desses foragidos da Justiça deve entrar em contato pelos telefones 3731 1490 e 181”, orientou Faturi. Os dois vão responder pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
A Gazeta do Sul entrou em contato com o advogado Guilherme Newlands, que representa Diogo e Iago Massulo. Ele confirmou que está ciente da investigação da DP de Rio Pardo a respeito de seus clientes. “Tomamos conhecimento dessa situação através da Polícia Civil no dia dos mandados de busca e apreensão. Estamos analisando algumas posições a respeito da decretação da prisão preventiva, com a qual não concordamos. Por isso, impetrei um habeas corpus que ainda está sendo analisado”, comenta Newlands.
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Segundo ele, o Judiciário deve dar uma resposta ao longo dos próximos dez dias. O advogado preferiu não entrar em detalhes a respeito de quais as divergências que aponta no que toca à investigação. “São algumas situações que a gente entende que não foram analisadas de forma concreta, que não têm nada a ver com os dois.” Segundo ele, existe uma conversa com familiares da dupla a respeito de uma possível apresentação deles à polícia. “No momento, a situação atual é aguardar o resultado do habeas corpus, mas essa posição pode ser revista”, disse o advogado.
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