“Perdeu, mané! Não amola!”
Faz dias que tento me reconciliar com o travesseiro quando vou dormir e essa frase continua me atormentando. Foi dita por um ministro do Supremo Tribunal Federal a um brasileiro em Nova York que se inconformou com a presença das excelências nos Estados Unidos porque, certamente, ele sabia mais do que se passa no Brasil do que nós, brasileiros. Porque aqui a ideologia colocou mordaça na grande imprensa “consorciada” que não enxerga o povo nas ruas e nem nas rodovias. Para ser justo, não é que não enxerga. Tenta esconder mesmo!
O que se passa na cabeça de um destemperado membro do STF que se autoriza a chamar de mané um patriota que foi cobrar coerência a uma Corte que viajou a um dispêndio de R$ 4,4 milhões de recursos públicos para falar abobrinhas?
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Melhor dizendo, foram falar sobre o paraíso da democracia que supostamente eles resguardam com suas togas em nosso País. Não por acaso, suas excelências têm um funcionário – afora outros 219, para cada um – à disposição para assegurar que as togas estejam impecáveis.
Mas eu preciso perguntar: quem são “vocês”, ministro? (Você perdeu, mané! – não consigo esquecer.) A Justiça agora tem lado? Vocês e nós?
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Pensando bem, devo concordar: talvez sejamos mesmo manés. Por ficarmos calados, acovardados diante dos desmandos de uma Corte que vai se refestelar mundo afora para pregar mentiras e inventar verdades. Constroem narrativas para serem aplaudidos. E bem pagos.
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É verdade, ministro. Nós somos manés porque vivemos no mundo real. No mundo real, os aposentados que trabalharam uma vida inteira e contribuíram para a Previdência têm que declarar e pagar Imposto de Renda. No mundo real, manés são os professores e funcionários públicos – que não estão encastelados sob a custódia das mordomias como vocês – que continuam pagando Previdência mesmo depois de aposentados.
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Manés, ministro, somos todos nós, contribuintes brasileiros que trabalhamos mais de quatro meses por ano para encher os cofres da União, entre outras coisas, para custear as benesses vergonhosas que os senhores se concedem sem constrangimento.
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Manés somos nós, os otários na sua visão, que temos imagens de vagabundos que invadem e roubam nossas casas e estabelecimentos mas que, no entendimento de vossas excelências, não produzem prova perante a lei porque não há registro de flagrante. Mas é bom que se diga: essa interpretação só se aplica quando as vítimas são cidadãos comuns, anônimos. Para as notoriedades da República, releva-se o crime e se faz prevalecer as questões processuais.
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Manés, me desculpe dizer, ministro, são vocês que riem e se divertem às nossas custas, que passeiam pelo mundo e, quem diria, são xingados e afrontados pelos seus compatriotas.
Por que será?
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