Embora o governador Eduardo Leite (PSDB) mantenha a disposição de não disputar a reeleição no ano que vem e já tenha, inclusive, se lançado pré-candidato a presidente da República, ainda é dúvida quem irá representar o atual governo na próxima eleição estadual, a um ano e quatro meses do pleito. A decisão dependerá de negociações entre os tucanos e o MDB, que diz não abrir mão de uma cabeça de chapa.
O grupo da situação, porém, dificilmente conseguirá evitar uma cisão. Isso porque tanto o PP quanto o DEM, que integram a base de Leite, querem ter candidato próprio – Luiz Carlos Heinze no PP e Onyx Lorenzoni no DEM. Próximas a Jair Bolsonaro, as duas legendas cobiçam o apoio do presidente. Outro partido que apoia Leite e já tem pré-candidato é o PSB (Beto Albuquerque).
Na oposição, o PT deve apostar em Edegar Pretto e o Psol pode lançar novamente Roberto Robaina. O PDT tem preferência por Romildo Bolzan Júnior, mas ele ainda resiste em se lançar. Já o Novo avalia três nomes.
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Alceu Moreira – As aspirações presidenciais do governador Eduardo Leite, que mantém a promessa de não disputar a reeleição, abriram caminho para uma aliança entre PSDB e MDB no primeiro turno. A confirmação disso, porém, ainda depende do avanço de conversas. Segundo um dos líderes do MDB no Estado, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Edson Brum, a sigla não cogita cenário em que não esteja em uma cabeça de chapa. “O MDB terá candidato a governador”, assegurou. Além do próprio Brum, são cotados para concorrer o deputado federal Alceu Moreira, o presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza, e os ex-governadores José Ivo Sartori e Germano Rigotto – não está descartada, inclusive, a realização de prévias. No entanto, o presidente estadual do PSDB, Lucas Redecker, não garante que os tucanos vão abrir mão do protagonismo. “Na minha avaliação, o PSDB não pode simplesmente abrir mão. Tem que construir com partidos uma agenda que dê continuidade ao trabalho do Eduardo e está disposto a fazer isso com um candidato”, disse. A sigla só deve recuar, segundo Redecker, se houver outro nome em melhores condições de representar o governo. O PSDB deve ser o destino do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, que está de saída do PTB.
Luis Carlos Heinze – Após desistir da candidatura do candelariense Luis Carlos Heinze em 2018, devido a um movimento da sigla em nível nacional – a então senadora Ana Amélia Lemos tornou-se vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), o que forçou o apoio a Eduardo Leite no Estado –, desta vez as chances de um recuo do PP são muito menores, uma vez que o partido já garantiu apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o presidente estadual, Celso Bernardi, a sigla vem conversando com partidos “identificados ideologicamente”, como Republicanos e PSD, mas descarta abrir mão do protagonismo para apoiar MDB e PSDB. “Apoiamos a Yeda, o Sartori, o Leite. Então esperamos uma reciprocidade”, disse. Os progressistas também esperam contar com o apoio de Bolsonaro, de quem Heinze é próximo – embora o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, um dos mais antigos apoiadores do presidente, também almeje concorrer. “Respeitamos a candidatura do Onyx. Acredito que vamos conversar e nos acertar”, comentou Bernardi.
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Beto Albuquerque – O PSB lançou no final de abril a pré-candidatura do exdeputadoBeto Albuquerque. A última vez em que os socialistas disputaram o governo foi em 2006, com Beto Grill. Em 2010, Grill elegeu-se vice-governador de Tarso Genro (PT). Já em 2014 e 2018, os socialistas apoiaram a candidatura de José Ivo Sartori. Com uma nova candidatura agora, a intenção é dar protagonismo à sigla. Após concorrer com Mateus Bandeira em 2018, o Novo estuda lançar candidato novamente em 2022. De acordo com o presidente estadual, Alexandre Araldi, embora a prioridade da sigla seja ampliar as bancadas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, há conversas em andamento com três possíveis nomes para participar da seleção que definirá o candidato. Embora tenha sido citado em pesquisas independentes, Marcel Van Hattem não está no páreo. Bandeira se desfiliou em 2019.
Onyx Lorenzoni – Segundo o presidente estadual do DEM, Rodrigo Lorenzoni, o projeto de lançar Onyx Lorenzoni a governador “é muito sólido e está de pé”. “Ele já se manifestou muitas vezes no sentido de que é um desejo e se sente pronto para o desafio. Há uma unanimidade no partido em torno do nome dele para nos representar”, alegou. Sobre a candidatura de Heinze, Lorenzoni defendeu que os partidos tenham desprendimento para permitir “uma aglutinação de forças do campo da centro-direita”, mas afirmou que é preciso observar fatores como condições de agregar apoios e viabilidade eleitoral.
Romildo Bolzan Júnior – O PDT também garante que levará adiante o projeto da candidatura própria. O nome preferencial é o do ex-prefeito de Osório e atual presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior. O próprio Bolzan, porém, já declarou que não concorreria a nada enquanto estivesse à frente do clube – seu mandato só termina no fim de 2022. “Qual o partido que não gostaria de ter um candidato com o perfil do Romildo? Mas nós sabemos dos compromissos dele e não vamos criar nenhum constrangimento”, observou o dirigente estadual da sigla, Ciro Simoni. Outra possibilidade seria o ex-deputado Vieira da Cunha, que concorreu em 2014.
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Edegar Pretto – Após ficar fora do segundo turno em 2018 pela primeira vez em mais de duas décadas, quando disputou com Miguel Rossetto, o PT deve apostar no deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Edegar Prettoem 2022. Procurado, Pretto confirmou que colocou seu nome à disposição. Segundo ele, a sigla deve buscar diálogo com outras legendas do campo progressista, como PDT, PSB, PCdoB e Psol. Sobre a possibilidade de abrir mão da cabeça de chapa para apoiar outro nome – como o da ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), por exemplo –, Pretto foi cauteloso. “É preciso considerar a experiência do PT, que já governou o Estado duas vezes e tem a maior bancada da Assembleia. Além disso, com a candidatura do ex-presidente Lula, ele passa a ser um aglutinador de forças”, observou.
Roberto Robaina – Presente em todas as eleições estaduais desde 2006, o Psol deve ter candidato ao governo novamente em 2022. De acordo com a deputada estadual Luciana Genro, embora ainda não haja uma discussão oficial sobre nomes, é possível que o indicado seja novamente o vereador de Porto Alegre Roberto Robaina, que concorreu em 2006, 2014 e 2018. Luciana também disse considerar improvável uma aliança com outros partidos de esquerda, como o PT ou PCdoB. “Não está em debate essa hipótese, até porque não houve nenhuma movimentação do PT ou PCdoB para nos procurar sobre o assunto”, alegou.
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