O momento nacional é de extrema gravidade, notadamente pela decadência institucional patrocinada pelos três poderes de Estado. Irresponsáveis e inconsequentes, como bem demonstram diariamente os fatos.
O atual Poder Executivo assumiu com um vale (R$ 200 bilhões) que ensejava zelo e providências sérias. Mas, ao contrário, começou (e mantém) a gestão com 38 ministérios!
O Poder Legislativo permanece suscetível à medíocre polarização, e dócil e omisso à reiterada usurpação de competências pelo STF. E, ultimamente, notabiliza-se pela chantagem (tolerada) via liberação de emendas parlamentares.
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Acometido pela vaidade e a arrogância de uns e a omissão de outros, o Supremo Tribunal Federal (STF) soçobrou. Esvaíram-se a credibilidade e a liturgia do cargo. Também a Constituição, as leis e a segurança jurídica.
Sem dúvida, o caso STF é o mais grave, haja vista que seus membros têm mandato com limitação etária, ou seja, só saem compulsoriamente do tribunal aos 75 anos de idade, salvo por opção pessoal.
Não é caso dos membros dos poderes Executivo e Legislativo, eleitos por voto direto e popular a cada eleição, ou seja, sujeitos à substituição. Sujeitos à avaliação e ao julgamento popular!
Aceitáveis os argumentos, cabe perguntar o seguinte: na suposição da necessidade de providências de sanar e reestabelecer uma equidade, regularidade e produtividade institucional, o que fazer, como fazer, e quem fará?
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Vou resumir meu texto ao desafio “quem fará?”, sem prejuízo de continuidade e amplitude do tema em outro momento. Ou seja, simplifico. E divido a sociedade em três camadas.
Os pobres e a classe média baixa. O Bolsa-Família contempla 20,8 milhões de famílias. São 54,3 milhões de brasileiros. Fragilizados, dependentes e sem poder de ação. Os demais recebem até R$ 3 mil mensais. Predomina o conformismo social.
Os ricos brasileiros têm uma renda mensal e pessoal de R$ 20 mil, no mínimo. Aditados os membros da elite estatal e empresarial, somam 30 milhões de pessoas. Os demais seriam os brasileiros de classe média (média e alta).
E o que distingue o comportamento das classes? Repito, entre os pobres prevalece o conformismo e a submissão. Vivem e sobrevivem com o que tem. Entre os ricos não há maiores preocupações. São ricos e suportam as oscilações sociais, econômicas, financeiras e os custos inerentes. Continuarão ricos.
Entretanto, entre a classe média, as consequências/oscilações sociais e econômicas negativas são devastadoras. Por rigorosa necessidade, recalcula as despesas e os rendimentos e adapta-se às circunstâncias.
Porém, troca os filhos de escola, simplifica o plano de saúde, cancela o curso de idiomas, reduz os passeios e a ida ao restaurante, adia a troca do carro, atrasa o aluguel e a prestação da casa própria, etc. Paga todos os tributos e mesmo assim não escapa do Imposto de Renda!
A classe média é o termômetro nacional, é o fiel da balança. É quem pode mudar o rumo e o destino da nação. Afinal, pobre não faz revolução e rico é indiferente, mas a classe média transpira revolta e inconformidade!
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