Temos uma mania de levar as coisas ao extremo: ganhamos ou perdemos, somos a favor ou contra. Política, futebol e religião nos tornaram pequenos, cegos e limitados ao longo dos anos. Nos próximos quatro anos, um grupo de pessoas estará à frente dos municípios no Brasil, e isso, como tudo, é temporário. Todos os prefeitos fizeram alguma coisa boa e deixaram de fazer outras. As urnas gritaram alto neste domingo. Chega, não somos idiotas. Acho ótimo que o povo fique cada vez mais politizado e varra da política qualquer espécie de modelo antigo que fez carreira usando a política, a máquina e o dinheiro público a seu favor.
Os que perderam precisam manter a dignidade, os que venceram, honrar seu mandato e ter a grandeza de não atacar seus adversários. Sejam humildes como qualquer servidor do povo deveria ser. E nós, os cidadãos comuns, os eleitores, qual é a nossa parte? Nessas urnas, o Brasil mostrou que não aceita mais algumas falcatruas, nem atitudes duvidosas, nem posicionamentos com justificativas simples de que fez alguma coisa enquanto político. Se fez, era seu papel. Não há mérito. A nós, cabe entender o grande recado: o Brasil mudará independente da vontade de um ou outro. Precisamos aprender a pensar na comunidade, a pagar nosso imposto sem desculpas, a trabalhar com ética e assumir para as próximas gerações que nosso jeito de levar vantagem em tudo, dar jeitinho, atropelar valores… levou o País para o colapso.
Enquanto pequenos comércios sonegarem impostos, empresários pagarem propina, políticos construírem suas vidas em cima de vantagens, nosso País não sairá do buraco. Recicle seu lixo, peça nota fiscal, trabalhe honestamente, engaje-se nas causas sociais, politize-se. Acompanhe a política, cobre seu vereador, proteste quando algo estiver errado.
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Já estamos votando com um pouco mais de consciência, mas isso não basta. É preciso ter atitudes conscientes todo o resto do tempo. Cidadania é praticar direitos e deveres, e participar ativamente da vida política na sociedade. Para ter algum direito, você precisa estar com seus deveres em dia. Você está? Pode ser um bom começo. Para elevar o nível do Brasil, precisamos de políticos e de um povo que andem na linha reta da ética e da moralidade. O resto é conversa fiada, como dizemos em terras gaúchas.