Polícia

Quem é o foragido que capotou veículo após perseguição da polícia em Santa Cruz

Alvo principal em uma das abordagens mais inusitadas nos últimos tempos em uma operação policial, quando capotou seu veículo durante perseguição, Kauê Adriano Soares Oliveira, de 23 anos, está foragido da Justiça. Morador da Rua Amazonas, no Bairro Bom Jesus, em Santa Cruz do Sul, ele está com um mandado de prisão preventiva em aberto desde o dia 30 de agosto, assinado pela juíza Magali Wickert de Oliveira, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Rio Pardo.

Kauê é um dos quatro identificados pela Polícia Civil da Cidade Histórica como autores de uma tentativa de homicídio ocorrida em 21 de agosto. Na ocasião, um rapaz de 22 anos foi raptado em uma barbearia do Bairro Senai, em Santa Cruz, e levado sob ameaça em um Gol até a localidade de Passo da Taquara, no interior de Rio Pardo, quase na divisa com a região de Entre Rios, Vera Cruz. Nesse local, os criminosos tiraram o rapaz de 22 anos do carro e ordenaram que ele corresse.

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Na sequência, efetuaram diversos disparos contra ele, que atingiram as suas costas e transfixaram o abdômen. Depois os atiradores fugiram. Ferido, o jovem foi encontrado por populares e levado por uma ambulância ao hospital de Rio Pardo, onde foi internado e sobreviveu ao atentado. Nessa segunda, um homem de 31 anos foi preso preventivamente por esse crime, na Rua Montevidéu, Bairro Bom Jesus.

Homem de 31 anos foi capturado ontem

O fato curioso nessa captura foi que esse investigado, que seria o motorista do veículo usado para raptar a vítima na barbearia, havia sido preso em flagrante por tráfico de drogas no ano passado em Santa Cruz, mas foi solto poucos dias depois. Porém, o Ministério Público (MP) recorreu da soltura ao Tribunal de Justiça, que acatou o recurso e solicitou o recolhimento dele ao sistema carcerário.

No entanto, desde junho, o rapaz estava com uma prisão preventiva em aberto, mas nem ele, seu advogado ou as forças de segurança se inteiraram do fato, que foi descoberto apenas pela Delegacia de Polícia de Rio Pardo ao solicitar a prisão na investigação atual. Com isso, na ação dessa segunda-feira, 9, foram cumpridas as duas preventivas, tanto pelo tráfico anterior como pela tentativa de homicídio.

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Um adolescente de 16 anos e o líder do bando, conhecido pelo apelido de Tramandaí, de 24 anos, já haviam sido detidos na segunda-feira da semana passada. Na mesma data, policiais tentaram encontrar Kauê por volta das 6h30, mas não o localizaram. Porém, cerca de uma hora depois, transitando por uma área do Bom Jesus perto da BR-471, os agentes o visualizaram em um Fiat Uno. Ao perceber a aproximação da polícia, ele iniciou uma fuga.

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Os policiais o perseguiram por cerca de quatro quilômetros. Após manobras arriscadas, passando perto de pedestres e atravessando a pista na contramão, o acusado perdeu o controle do Uno em uma área de britas à margem da rodovia, nas imediações do antigo Santuário de Schoenstatt. Ele capotou o carro, caindo em um barranco com cerca de 7 metros de altura. Mesmo ferido no Uno bastante danificado, Kauê fugiu pela área de mata e não foi mais encontrado.

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Na segunda-feira da semana passada, Kauê caiu em barranco durante fuga da polícia | Foto: Alencar da Rosa

Em megaoperação, investigado foi indiciado

O foragido Kauê Adriano Soares Oliveira tem em sua ficha crimes graves e foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo MP como um dos executores de Fagner Adriano Alves, de 36 anos, conhecido como Kiko, em 21 de junho de 2020. O crime causou grande repercussão na época. Embora o pano de fundo do caso seja o tráfico de drogas e as relações envolvendo membros da facção Os Manos, o assassinato teve motivo passional.

Fagner era irmão de Denis Roberto Alves. Eles integravam a chamada família Moranga, que por anos esteve no radar da polícia. Segundo a denúncia do MP, a motivação para aquele delito foi o descontentamento da facção com o envolvimento amoroso de Denis e a mulher que era companheira do traficante conhecido como Nezinho.

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Em razão disso, outro apenado, apontado pelas forças de segurança como líder da facção Os Manos, chamado pelo apelido de Toquinho, teria ordenado quatro subordinados, entre eles Kauê, a cometerem o assassinato dos dois irmãos. Fagner foi assassinado na frente da companheira, no Bairro Bom Jesus, com requintes de crueldade, com tiros de pistola calibre 9 milímetros e espingarda calibre 12, a maioria no rosto.

O bando chegou a ir depois até a casa do irmão de Fagner, Denis, no Bairro Faxinal Menino Deus, mas não o localizou. Kauê foi preso por esse delito em 18 de dezembro de 2020, pelos mesmos policiais que estavam à sua caça na segunda-feira da semana passada, mas teve a revogação da prisão preventiva pela Justiça em 2 de março de 2023.

Kauê aguarda a data para seu julgamento nesse caso. Ele também foi indiciado e permanece como um dos denunciados pelo MP, respondendo a um processo por tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa, no âmbito da megaoperação Armageddon, deflagrada em 11 de fevereiro de 2022 pela Polícia Civil de Vera Cruz.

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Na investigação da Armageddon, ao longo de um ano e meio, a Polícia Civil identificou a atuação de membros da facção Os Manos no comércio de entorpecentes no Vale do Rio Pardo. Kauê é considerado foragido e é procurado por todas as forças de segurança. Qualquer informação que possa ajudar a polícia a localizá-lo pode ser relatada pelos telefones (51) 3731 1490 ou (51) 3731 2455. O sigilo é mantido.

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Cristiano Silva

Cristiano Silva, de 35 anos, é natural de Santa Cruz do Sul, onde se formou, na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), em 2015. Iniciou a carreira jornalística na Unisc TV, em 2009, onde atuou na produção de matérias e na operação de programação. Após atuar por anos nos setores de comunicação de empresas, em 2013 ingressou no Riovale Jornal, trabalhando nas editorias de Geral, Cultura e Esportes. Em 2015, teve uma passagem pelo jornal Ibiá, de Montenegro. Entre 2016 e 2019, trabalhou como assessor de imprensa na Prefeitura de Novo Cabrais, quando venceu o prêmio Melhores do Ano na categoria Destaque Regional, promovido pelo portal O Correio Digital. Desde março de 2019 trabalha no jornal Gazeta do Sul, inicialmente na editoria de Geral. A partir de 2020 passou a ser editor da editoria de Segurança Pública. Em novembro de 2023 lançou o podcast Papo de Polícia, onde entrevista personalidades da área da segurança. Entre as especializações que já realizou, destacam-se o curso Gestão Digital, Mídias Sociais para Administração Pública, o curso Comunicação Social em Desastres da Defesa Civil, a ação Bombeiro Por Um Dia do 6º Batalhão de Bombeiro Militar, e o curso Sobrevivência Urbana da Polícia Federal.

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Cristiano Silva

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