O iraquiano Ala Alwan, o marroquino Jaouad Mahjour e o saudita Ziad Memish têm em comum uma extraordinária biografia médico-acadêmica e a participação na Organização Mundial da Saúde, especialmente no tocante a doenças infecciosas e epidêmicas.
Passo a resumir e destacar partes de um artigo subscrito pelos três cientistas e publicado em 2013 (!) na Revista de Saúde do Mediterrâneo Oriental. Li o referido artigo depois de sua citação pelo médico cardiologista Milton Pires, de Porto Alegre.
Sob o título “Nova infecção por coronavírus: a hora de ficar à frente da curva”, os autores fazem uma retrospectiva nominando casos epidêmicos similares (identificações, enfrentamento e soluções).
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Citam 2003, no controle da síndrome respiratória aguda grave (Sars), doença causada por um coronavírus até então desconhecido. E dez anos depois (2012), na descoberta de outra nova cepa de coronavírus pertencente à mesma família que causou o Sars.
Também observam que entre 2012 e 2013 houve elevada incidência na região do Mediterrâneo Oriental (Egito, Palestina, Líbano, Síria e Turquia). A origem desse vírus permanece desconhecida e incompreendida. Detalhe: havia evidências de transmissão de pessoa para pessoa!
Afirmam que está pendente responder às seguintes questões: as origens do surto, o quão difundido é na natureza, como surgiu em humanos e se pode ser transmitido de humano para humano.
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Mais: que o risco à saude global apenas será conhecido na proporção da pesquisa, do conhecimento e do urgente e prioritário monitoramento geográfico. E perguntam: estamos preparados para outro evento global como o Sars?
Recordam que já experimentamos a pandemia de influenza, a gripe aviária, o coronavírus no Oriente Médio e o vírus da influenza A na China. Essas doenças têm em comum “desconhecidos conhecidos”.
E dizem que “novas doenças pandêmicas surgirão no futuro (…), acabarão por transbordar novamente para infectar populações humanas (…) e outra grande crise internacional de saúde será anunciada.
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O surgimento do novo coronavírus e do vírus da influenza A faz lembrar que a saúde global ainda não é segura (…); a prioridade atual é monitorar infecções por coronavírus para evidências de transmissão sustentada de humanos para humanos.
(…) devemos ficar à frente da curva (…); a comunidade global de saúde pública deve tentar entender o risco à saúde pública associado a esse vírus. Ninguém sabe até onde a doença pode se espalhar e suas ramificações finais para a região e também para o mundo!”
Repito, é um artigo de 2013. Teorias da conspiração à parte, quem avisa, amigo é!
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