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ULTRARRÁPIDO

Que tal viajar da Capital à Serra em 20 minutos?

Cápsula terá espaço para o transporte de cargas e de até 50 passageiros, com bilhetes ao custo de R$ 115,00. A velocidade pode chegar a 835 quilômetros por hora

O trajeto entre a sede da Gazeta do Sul, na Rua Ramiro Barcelos, Centro de Santa Cruz do Sul, e Venâncio Aires, tem 33 quilômetros. Pode ser percorrido, de acordo com a projeção do Google Maps, em até 42 minutos. É uma viagem considerada rápida, via RSC-287. Imagine então fazê-la em apenas quatro minutos. Isso seria até possível, se fosse a bordo do modal de transporte ultrarrápido por cápsulas da Hyperloop Transportation Technologies (HyperloopTT). A empresa norte-americana apresentou, nessa quinta-feira, 2, uma proposta de ligação entre Porto Alegre e a Serra Gaúcha, com cápsulas que viajam a mais de 800 quilômetros por hora por dentro de imensos tubos.

O projeto foi elaborado em parceria com o governo do Estado e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A instalação desse equipamento pode representar uma economia de R$ 2 bilhões em logística, além de milhares de novos empregos. Pioneiro na América Latina, é uma alternativa de transporte disruptivo no Estado. “O nosso papel é esclarecer todos os impactos positivos – tecnológicos, sociais e econômicos – que a implantação do Hyperloop pode trazer às regiões por onde vai passar”, disse Luis Lamb, secretário de Estado de Inovação, Ciência e Tecnologia.

Entenda

Como funciona

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O projeto prevê o transporte de pessoas e cargas em cápsulas com até 50 lugares, que são movimentadas em um ambiente de alta pressão, em tubos, sem atrito, o que possibilitaria fazer os 135 quilômetros entre Porto Alegre e Caxias do Sul em 19 minutos e 45 segundos. Atualmente, o trajeto leva duas horas. A velocidade máxima é 835 quilômetros por hora. Além da rapidez, a expectativa é de que o modal evite até 2 mil acidentes de trânsito em 30 anos.

O investimento para a instalação, custo de operação e geração de impostos, em 30 anos, deve chegar a US$ 7,7 bilhões, com projeção de início das atividades em cinco anos. O governador Eduardo Leite sinalizou apoio do Estado ao projeto. “Pode parecer inviável, mas também foi assim quando alguém disse que iria levantar voo em um avião pela primeira vez”, comenta.

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Além da incredulidade em relação à instalação, há o questionamento sobre o retorno econômico. O estudo apresentado pela HyperloopTT considerou o período de implementação do sistema e analisou os impactos no prazo de três décadas. A compensação já deve ser percebida nos primeiros cinco anos de funcionamento, com 52% provenientes das passagens, considerando R$ 115,00 a viagem (de ônibus, varia de R$ 47,00 a R$ 60,00) e outros 35% de empreendimentos, além de aluguel de lojas nas estações (em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Gramado e Caxias do Sul), publicidade e transporte de carga.

Em 14 anos, a empresa que implantar o sistema passa a auferir lucro. À sociedade projeta-se a geração de empregos diretos e indiretos na construção e instalação de energia solar e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da receita tributária, com expectativa de ganhos cerca de 31% superiores aos custos.

Setor imobiliário

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Além da mobilidade urbana, outro setor que pode ser beneficiado na região é o imobiliário. Com o período de implementação do Hyperloop, deve ocorrer valorização de R$ 27,4 bilhões dos terrenos e propriedades no entorno das estações. O estudo ainda supõe a participação da HyperloopTT em 20% dos novos empreendimentos de incorporação imobiliária, gerando ganhos não operacionais adicionais de R$ 18 bilhões, que se caracterizam como uma parte vital da receita do modal.

Sustentabilidade

O Hyperloop é alimentado por energia gerada a partir dos painéis fotovoltaicos, em 80% do percurso. Tem potencial de produção anual de 339 gigawatts-hora (cada gigawatt-hora equivale a 1 milhão quilowatts-hora), tendo consumo de 73 gigawatts-hora. Além da autossuficiência energética, o modal reduz a emissão de 95 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera. “O grande diferencial desse projeto é a dimensão ambiental e a pegada ecológica com a utilização de energia limpa e renovável. O estudo em si é abrangente, pois incorpora análises sob diferentes aspectos e áreas de conhecimento, ao mesmo tempo em que é profundo, pois entra em detalhes para que se possa chegar à conclusão sobre a viabilidade técnica, econômica e financeira do projeto”, afirma o coordenador do projeto pelo Laboratório de Sistemas de Transportes da Ufrgs, Luiz Afonso Senna.

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