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“Que ele pague por tudo que fez”, diz ex-enfermeira sobre administrador da Asan

Operação foi realizada nessa segunda-feira

Uma operação da Polícia Civil na manhã dessa segunda-feira, 19, em Santa Cruz do Sul, teve como alvo a Associação de Auxílio aos Necessitados (Asan), lar de idosos com cerca de 75 residentes localizado na Rua Padre Luiz Müller, Bairro Bom Jesus. A polícia cumpriu sete mandados de busca e apreensão, após apuração que mirou uma rede de desvio de verbas, doações e cestas básicas do local. O principal investigado seria Marco Antonio Almeida de Moraes, de 49 anos, apontado como administrador da Asan e vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMI) de Santa Cruz do Sul. A Gazeta do Sul acompanhou a ofensiva com exclusividade.

Com a análise dos materiais apreendidos nessa segunda-feira, mais suspeitos podem aparecer do decorrer da investigação. Entre os pontos inusitados apurados ao longo dos meses, está que o coordenador do espaço teria dito que seria amigo de uma promotora de Justiça de Santa Cruz do Sul. Isso fazia com que muitos funcionários e servidores da Asan não procurassem o Ministério Público, pois tinham receio de que as informações não ficassem em sigilo e chegassem até Marco Antonio.

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Pelo que foi apurado, não havia qualquer amizade entre ele e a promotora. Por fim, o caso chegou até a Polícia Civil e passou a ser investigado, baseado nas provas que culminaram na ofensiva dessa segunda. A Gazeta do Sul conversou com uma ex-funcionária da Asan, que trabalhou no local como enfermeira durante três anos.

Segundo ela, o ponto era bem precário, e chamou a atenção o fato de Marco ter passado de condenado a cumprir sentença da Justiça Federal no local a administrador da Asan. “Foi algo que achamos um absurdo, colocarem alguém que devia estar preso para coordenar a instituição. Começamos a ver muitas coisas de errado. Os idosos que tinham uma alimentação boa passaram a comer só ovos”, disse ela, que preferiu manter seu nome em sigilo, para evitar represálias.

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Conforme a ex-enfermeira, havia momentos em que ela se sentia assediada moralmente. “Ele nos intimava, dizia que sabia onde a gente morava, que tinha muitos poderes. Era algo muito intimidador. Ele transmitia um medo absurdo.” Segundo a mulher, ela e outros funcionários ficaram sabendo dos desvios de recursos, sobretudo nas áreas de alimentação e higiene, iniciando com a troca de fornecedores.

“Por exemplo, um local onde comprava frango, que tinha que adquirir 30 quilos por semana, ele colocava junto o que era pra casa dele. Isso ele chegou a nos dizer, não estava nem aí”, salientou a ex-servidora. Ela afirmou que muitos funcionários ficaram revoltados, mas tinham receio de denunciar, justamente por ele aparentar ser uma pessoa com muitos contatos na cidade.

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“A questão da arma também fazia com que nos sentíssemos ameaçados. Por isso, fiquei feliz em acordar nesta segunda e ver essa notícia cedo no Gaz. Quero que ele pague por tudo que fez”, frisou a ex-funcionária da Asan. Entre os crimes investigados pela Polícia Civil, estão apropriação indébita de bens de pessoa idosa, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.

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