Chegamos aos dois últimos dias deste 2023 que tantas demandas e tanta preocupação gerou a todos, em sociedade. E, nesta edição da Gazeta do Sul, contemplamos igualmente o primeiro dia do novo ano, este 2024 sobre o qual depositamos tantas esperanças de que venha a ser, enfim, um período que nos traga um mínimo de normalidade, para que possamos estabelecer planos e ir em busca de sua realização sem que isso ocorra como numa montanha-russa.
Num olhar retrospectivo, 2023 foi um ano de fortes extremos. Ninguém terá esquecido que ingressamos nele sob os efeitos de uma estiagem intensa, que deixara reservatórios de água vazios e o solo esturricado, enquanto os produtores lamentavam os estragos nas lavouras, com o desenvolvimento de muitas culturas bastante prejudicado. Mas o mais grave era a falta de água tanto para pessoas quanto para os animais, em uma força-tarefa para o abastecimento. Isso tudo ocorreu ao longo do último verão.
Pois o segundo semestre foi marcado por panorama completamente oposto. Com o El Niño, onde poucos meses antes faltara água agora se viam enchentes e enxurradas. E nem é de duvidar que nas próximas semanas, ao longo do verão, outras chuvas fortes ainda venham a ser registradas.
Publicidade
Estamos, portanto, submetidos a uma inclemente oscilação climática, que ainda traz em paralelo uma série de outras adversidades e decorrências: a proliferação de pragas, doenças e invasoras nas plantações; diferentes ameaças à saúde e ao organismo humano… Por isso, ao ingressarmos em 2024, é fundamental que a sociedade, por suas lideranças e entidades, discuta, debata e avalie ações conjuntas, coletivas, a fim de fazer frente a contratempos que, ao que tudo indica, serão muito mais frequentes e constantes do que gostaríamos de supor.
Se o nosso olhar se estender por um período ainda maior para o passado, lembraremos que muito recentemente estivemos submetidos aos efeitos traumáticos e aos desgastes econômicos e emocionais da pandemia de Covid-19. E que na cena política e econômica (nacional e internacional) vivemos embates e instabilidades quase tão intensos ou incompreensíveis como os do clima. Já nem se sabe se o clima, num mundo integrado, está assumindo um surto de nervosismo e destempero que no princípio foi da humanidade, ou se esta é que tem incorporado a quase total impossibilidade de prever ocorrências que a natureza evidencia.
Que em 2024 possamos, coletivamente, e também na rotina individual, adotar uma postura mais sábia, mais saudável, mais sadia, de ponderação, de intuito pacificador. Com ímpeto agressivo ou ostensivo só temos conseguido destruir, devastar, machucar; é com acolhimento e convívio harmônico que poderemos viver em paz, todos, e seguir um caminho, cada um de nós, que proporcione segurança e felicidade aos seus.
Publicidade
Um bom final de semana, e uma boa chegada a 2024!
LEIA MAIS TEXTOS DE ROMAR BELING
Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙
Publicidade