Sem nenhum sinal até agora de que o calendário da eleição municipal deste ano será alterado em função do surto de coronavírus, pelo menos quatro integrantes do primeiro escalão do governo santa-cruzense devem se afastar dos cargos até o próximo sábado, 4, quando inicia a contagem regressiva de seis meses para o pleito. Trata-se da data-limite para desincompatibilização de quem pretende concorrer a vereador.
A Gazeta do Sul consultou os 14 secretários municipais e o atual procurador-geral do Município entre segunda-feira, 30, e terça-feira, 31. Dentre os que confirmaram que vão sair para disputar estão Nasário Bohnen (Fazenda), Raul Fritsch (Meio Ambiente), Guiomar Machado (Políticas Públicas) e Solange Finger (Cultura).
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Já outros seis indicaram que não têm planos de concorrer, incluindo os titulares da Administração, Eduardo Wisniewski, e da PGM, Renato Theisen, que são servidores de carreira da Prefeitura e não têm filiação partidária. Fora do núcleo técnico, também pretendem permanecer nas funções Aretusa Scheibler, da Habitação – que é esposa do vereador André Scheibler –, Carlos Cesar dos Santos, da Segurança – que é ligado ao presidente da Câmara, Elstor Desbessell – e Luiz Fernando Iser, da Comunicação – que alegou ter desistido de concorrer em função da pandemia.
Nome mais influente do secretariado, o chefe da Saúde, Régis de Oliveira Júnior, que está à frente da campanha contra o coronavírus, também informou, em entrevista à Gazeta no fim de semana, que permanecerá no governo. Régis, porém, é cotado para concorrer na eleição majoritária e, nesse caso, a legislação eleitoral permite que o afastamento do cargo ocorra até 4 de junho.
Já os secretários Gerson Vargas (Obras), Leandro Kroth (Transportes), Délsio Meyer (Agricultura), Jaqueline Marques (Educação) e Jeferson Gerhardt (Planejamento) deixaram em aberto a possibilidade de concorrer. Filiados ao PSD, Jaqueline e Vargas já foram lançados pré-candidatos mas, quando questionados, limitaram-se a dizer que estão “à disposição do partido”. Meyer, que integra o DEM, disse que ainda está analisando a possibilidade.
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Sem filiação, Kroth não descartou concorrer, mas afirmou que, por enquanto, não está conversando com nenhuma sigla. Já Gerhardt, que também não possui partido, alegou apenas que o assunto ainda não foi discutido porque o governo está concentrado nas questões relacionadas ao coronavírus.
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A SITUAÇÃO
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DEVEM SAIR
Raul Fritsch (Republicanos) – Meio Ambiente
Guiomar Machado (PSD) – Políticas Públicas
Solange Finger (PSD) – Cultura
Nasário Bohnen (DEM) – Fazenda
NÃO DEVEM SAIR
Régis de Oliveira Júnior (PSD) – Saúde*
Luiz Fernando Iser (Solidariedade) – Comunicação
Aretusa Scheibler (PSD) – Habitação
Carlos César dos Santos (PL) – Segurança, Defesa Civil e Esporte
Eduardo Wisniewski (sem partido) – Administração
Renato Theisen (sem partido) – Procuradoria-Geral
INDEFINIDOS
Jaqueline Marques (PSD) – Educação
Gerson Vargas (PSD) – Obras
Leandro Kroth (sem partido) – Transportes e Serviços Urbanos
Jeferson Gerhardt (sem partido) – Planejamento
Délsio Mayer (DEM) – Agricultura
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TSE descarta adiar eleições por enquanto
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, afirmou no início da semana que considera “prematuro” discutir adiamento das eleições municipais por enquanto. Em função das projeções segundo as quais as orientações de isolamento social podem permanecer em vigor por até vários meses, surgiram movimentos no meio político para alterar a data da votação, marcada para 4 de outubro.
O período das convenções partidárias, quando são homologadas candidaturas e coligações, vai de 20 de julho a 5 de agosto. Já a campanha deve começar no dia 16 daquele mês. Uma das preocupações é que o distanciamento social comprometa a preparação dos partidos para o pleito. Outro argumento é que a suspensão da eleição permitiria uma economia ao poder público para que pudesse investir mais recursos no combate à pandemia.
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Conforme Rosa Weber, porém, neste momento ainda há “plenas condições materiais de cumprimento do calendário eleitoral, apesar da crise sem precedentes no sistema de saúde do país causada pela pandemia do novo coronavírus.” “Essa avaliação é compartilhada pelo vice-presidente, ministro Luís Roberto Barroso, que estará na presidência do TSE durante o próximo pleito”, disse – Barroso vai assumir o cargo em maio.
O próximo sábado, 4, também é o prazo para quem pretende participar da eleição estar filiado a um partido e ter domicílio eleitoral no município onde pretende concorrer.
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