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Francisco Teloeken

Quatro bloqueios psicológicos que podem influir nas finanças

Foto: Agência Brasil

Ao longo da vida, em algum momento, todo mundo já tomou alguma decisão financeira da qual se arrependeu. À vezes, pode até ter gerado prejuízos, pequenos ou grandes, conforme os valores envolvidos. Eventualmente, irrecuperáveis. Isso é normal, por vezes necessário para o aprendizado.

Ao longo da vida, em algum momento, todo mundo já tomou alguma decisão financeira da qual se arrependeu. À vezes, pode até ter gerado prejuízos, pequenos ou grandes, conforme os valores envolvidos. Eventualmente, irrecuperáveis. Isso é normal, por vezes necessário para o aprendizado.

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A maioria das pessoas acredita numa grande mentira. Conforme define Bradley Klontz, psicólogo e coautor do livro A Mente acima do Dinheiro, a “Grande Mentira é a acusação de que suas dificuldades  são culpa sua, que são consequência de sua preguiça, loucura, ganância ou estupidez”. Diz Bradley que não são. Com base em anos de experiência com consultorias, comportamentos de autodestruição e de autodefesa em relação ao dinheiro não são controlados por nossas mentes pensantes e racionais. Tem origem em forças psicológicas presentes fora de nosso pensamento consciente e estão profundamente enraizados em nosso passado.

Quando problemas financeiros tornam-se rotineiros, podem levar a dificuldades significativas nos relacionamentos, no trabalho, na saúde física e psicológica e no bem estar geral. Como pano de fundo dos distúrbios financeiros geralmente existem problemas de infância não resolvidos, traumas financeiros e outras experiências negativas. Os autores Brad Klontz e Ted klontz chamam isso de flashpoints financeiros – eventos associados ao dinheiro (ou uma série deles), ocorridos nas primeiras fases da vida, com tal carga emocional que deixam uma marca que persiste durante a vida adulta.

Contam o caso de uma paciente de nome Leslie que, quando criança, depositava parte de sua mesada numa conta bancária; toda vez que ia ao banco fazer seu depósito, gostava de verificar o crescimento do saldo até que, um dia, o caixa do banco informou que o saldo estava zerado,  sacado por seu pai. Confrontado, seu pai disse que, na realidade, o dinheiro era dele. A consequência é que Leslie deixou de depositar na poupança e, pior, tratava de gastar logo o dinheiro que recebia, antes que alguém o tomasse dela.

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Em entrevista concedida à BBC News Mundo, conforme matéria publicada em 17/01/2025, o autor Bradley Klontz identificou, em suas pesquisas, quatro bloqueios ou quatro padrões mentais que se repetem na sociedade e que podem influenciar nas decisões financeiras das pessoas, sendo considerados distúrbios financeiros:

  1. Evitar ou rejeitar o dinheiro: a pessoa acha que as pessoas são mesquinhas, que o dinheiro corrompe e que é uma virtude ter menos dinheiro; é provável que na história da família dela  havia uma pessoa rica e malvada; ela vê o dinheiro como algo ruim e é preciso livrar-se dele.   
  2. Adorar o dinheiro: : dar ao dinheiro uma importância desproporcional, acumulando compulsivamente, correndo riscos irracionais, sendo viciado em trabalho, gastando em excesso e comprando compulsivamente; crer de que ter mais dinheiro vai deixar a pessoa mais feliz e resolver todos os seus problemas; geralmente, vivem atoladas em dívidas.
  3. Considerar o dinheiro como símbolo de status: acreditar de que a riqueza equivale ao valor como pessoa; exagera o valor de seus ganhos, não compra nada que não sejas novo, quer mostrar a riqueza que tem.
  4. Ser hipervigilante com o dinheiro: ficar nervoso com a falta de reserva para emergências.   

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A maioria das pessoas já sabe o que deve fazer, mas não consegue colocar esse conhecimento em prática. O problema com o dinheiro pouco tem a ver com a falta de conhecimento. Mesmo aconselhamentos financeiros não são suficientes para transformar comportamentos financeiros destrutivos. As pessoas precisam encontrar as razões que estão por trás de seus comportamentos autodestrutivos.

A primeira coisa é identificar em qual roteiro financeiro, dos quatro descritos anteriormente,  a pessoa se enquadra. Investigar o que a mãe ou o pai ensinaram sobre dinheiro. Em seguida, perguntar-se e avaliar se essas crenças ajudam ou prejudicam sua vida. Depois de identificar crenças que possam estar prejudicando a pessoa, reescrevê-las para  que sejam mais sensatas. Por exemplo, se a pessoa achar que todos os  ricos são mesquinhos ou trapaceiros para acumular riqueza, e isso a prejudica, é o caso de revisar essa crença. Certamente, vai lembrar de pessoas ricas que são generosas. Esse deve ser o objetivo de cada um: ser uma pessoa rica e, ao mesmo tempo, generosa para poder ajudar outras pessoas..

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