A Operação Lava Jato completa este mês quatro anos. Uma simples investigação sobre um doleiro desvendou o maior esquema de corrupção do mundo, que sacudiu as estruturas da maior empresa pública do Brasil – a Petrobras. A estatal serviu de fachada para financiar campanhas eleitorais, luxos e desvios jamais vistos no Brasil. E culminou com um tsunami que soterrou os grandes partidos, com destaque para PT, PP e PMDB.
A Lava Jato é, além disso, um marco divisório de ética, transparência e compromisso com a legalidade. É difícil prever se o representará a manutenção desses preceitos, mas ajudou a alterar o slogan que envergonha todos os cidadãos de bem: “Brasil, o país da impunidade”.
Há ex-governadores, ministros, secretários, diretores de estatais, grandes empreiteiros e “peixes miúdos” presos há anos. Não é “somente ladrão de galinha que dorme na cadeia”. O noticiário é farto em imagens de “caciques” conduzidos pelos agentes de preto da Polícia Federal.
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As manhãs nunca foram as mesmas porque o País, com frequência inédita, ainda hoje é sacudido por novas fases da Operação Lava Jato. Não há distinção de cargos, nomes, partidos ou empresas. Todos os suspeitos por negócios escusos são, no mínimo, “convidados” a prestar esclarecimentos.
Curitiba e o juiz federal Sérgio Moro se transformaram na vingança daqueles que pagam impostos, trabalham com retidão e sofrem com a precariedade dos serviços públicos para atender a população mais necessitada. Filas de postos de saúde e falta de medicamentos em hospitais, escassez de emprego, estradas em péssimo estado que provocam mortes, insegurança e vários problemas que grassam no País têm, na falta de recursos, a principal causa.
A Lava Jato já resultou na recuperação de R$ 11 bilhões. São mais de R$ 3 bilhões em bens apreendidos e quase R$ 800 milhões devolvidos aos cofres públicos. Aos olhos do mundo, somos um notório símbolo de corrupção e falta de compromisso com o dinheiro público. Para nós, atentos à cena política, temos a confirmação de que os famosos “10% por fora” são coisa do passado. Esse percentual, há muito tempo, foi majorado.
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Temos muito a aprender com a Lava Jato, além da satisfação de ver ladrões presos em celas comuns. A corrupção não vai terminar porque é inata ao ser humano. O que depende de nós é minimizar seus efeitos, através do voto consciente em outubro e, passado o pleito, fiscalizar aqueles que receberam nossa procuração. Votar, simplesmente, não resolve.
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